A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
sexta-feira, 13 de maio de 2016
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Equipe Marazzi Amaral.
Talvez seja este VW que vai à frente que o Expedito e eu transformamos no D3.
Num destes experimentamos as belas rodas Scorro com os Pirelli Corsa...
Está complicado ver, mas nesta foto estou no D3 que fizemos correndo a Copa Brasil de 1972...
Num destes experimentamos as belas rodas Scorro com os Pirelli Corsa...
Está complicado ver, mas nesta foto estou no D3 que fizemos correndo a Copa Brasil de 1972...
Devia ser
1974, Expedito tinha um posto de gasolina da Shell, na rua Heitor Penteado,
1720 no Sumarezinho. Um dos boxes do posto, estava com o elevador quebrado, era
um daqueles elevadores enormes movido a ar comprimido, ali, Expedito acabou
fazendo uma pequena oficina, onde guardava o “Fumacinha”, seu formula Brasil e
uma tralhas que antes ficavam na garagem da sua casa.
Foi nesse
posto que conheci o Rui Amaral. Nessa época, ele havia se associado com o
Expedito para montar a equipe Marazzi-Amaral de divisão 3. Logo, um Fusca 1963
foi comprado, era um carro de cor verde claro e a transformação começou.
Logico, Gabriel e eu não perdíamos uma oportunidade de ir ao posto ver o andamento
da construção do bólido. Um mecânico, de apelido “Alemão” foi contratado. Com o
tempo, o carro foi sendo modificado, um radiador de óleo foi instalado dentro
do porta malas a meia altura, junto com uma entrada de ar de alumínio, ficou
bonito. O primeiro problema foi a instalação do tanque de gasolina de 60
litros, ele não entrava, só caberia num Fusca 1964, que tinha uma maior
capacidade. Expedito lamentou, pois em corridas longas, o carro teria que parar
mais vezes, então, sugeri que se cortasse a carroceria, seria a solução, mas,
como não tinham, a curto prazo, a intenção de correr longas provas, o tanque
pequeno ficou, depois resolveriam o problema com mais calma.
O motor foi
montado e, na primeira vez que foi ligado, lógico que eu estava lá. Era uma
noite de chuva fina e frio, típica de São Paulo daquela época. Logo um problema
apareceu. Eu, na época, não entendi o que estava acontecendo, mas pelo que
lembro, saía umas chamas pequenas em algum lugar por baixo do motor ou algo
assim. Expedito foi chamado, viu o problema, mas também não entendeu o que
estava acontecendo, então, resolveu chamar o seu sogro, um mecânico de mão
cheia. Rui disse que ia sair e consultar um amigo de apelido “Violão”, e eu,
logico fui com ele e o Alemão até a casa do tal consultor. Me lembro que a casa
do cara ficava ali perto, numa ladeira bem radical. O Violão tinha um Fusca de
cor “café com leite”, mas um DoubleWindows todo mexido, lindo carro. A oficina
dele era típica de quem tem paixão por carros, cheia de peças e muitas
ferramentas. Os três se reuniram para achar o problema, eu, ficava por perto só
ouvindo. Violão achou melhor ir ao posto para ver o qual era o problema.Já no
posto, nova reunião e depois de um tempo, chegaram à conclusão que era alguma
coisa com óleo subindo para o cabeçote ou algo assim, realmente nunca fiquei
sabendo o que realmente aconteceu. Logo depois, meu irmão chegou, ficou por
cinco minutos e me levou embora sob meus intensos protestos.
Dias depois,
numa tarde fui com o Expedito e Gabriel para o posto pois as rodas e os pneus
haviam chegado. Quando viu as caixas das rodas, Marazzi parecia criança em
noite de Natal que acabou de ganhar seu primeiro autorama. Abriu as caixas
rapidamente, chamou um funcionário do posto e pediu que ele montasse os pneus
nas rodas, ordem logo frustrada pelo Rui.
-Calma Marazzi, isso não pode ser
assim. Vou mandar montar e balancear.
Expedito imitando uma criança, fingia
choramingar e repetia sem parar...
-Mas eu quero, eu quero...
Porem, prevaleceu o bom senso do
Rui.
Dois
dias depois, as rodas estavam montadas e balanceadas, mais uma vez, fui para o
posto. Expedito chegou logo depois, e novamente virou uma criança. Chamou o
mesmo funcionário e pediu para que ele colocasse as rodas no fusca, e novamente
foi contrariado pelo Rui.
-Expedito, não vai caber, a
carroceria não está pronta, vai raspar nos para-lamas...não dá... deixa as
rodas quietas...
-Mas precisamos saber se
realmente estão balanceadas...
Foi a desculpa do Marazzi, que
realmente era uma criança nessas horas. Talvez, só para satisfazer o Expedito,
Rui autorizou a monta-las no Fumacinha. Pronto, festa no box do posto...
-Ebaaaa....Vamos, vamos, vamos
montar... anda, anda, anda...Pega a chave de rodas... Vamos, vamos... vamos
montar...
E assim, o jogo foi montado no
Fumacinha. Ficou lindo o “formulinha” com aqueles pneus enormes. Logico, sobre
a desculpas de ver se estavam balanceados, lá foi o Expedito para a rua com o
Fumacinha... Era hilário ver aquele carrinho andando na Heitor Penteado ao lado
daqueles CMTC enormes. Todo mundo olhava num misto de surpresa e alegria. Rui
também tentou andar com o carro, mas devido a sua estatura, ele mal entrava no
formula. Acho que nem saiu do lugar, ou deu uma volta dentro do posto e
desistiu.
O
carro foi para funilaria e pintura. Foi pintado de amarelo e azul com o mesmo
layout dos carros do curso de pilotagem, igual ao da foto. Na época, ainda não
se alargavam os para-lamas, foi colocado uma aba que rodeava o carro servido
para cobrir os largos pneus e na frente como spoiler. Ficou bonito. No interior, quatro bancos, um
parecido com bancos de kart para o piloto e os outros três, eram aquelas
cadeiras de plástico, muito comum nas lanchonetes da época. Acho que era uma
estupida exigência do regulamento, me lembro que o #29 do Guaraná também tinha.
Alguns relógios extras no painel pouco modificado, Santo Antônio e extintor,
atrás, no chiqueirinho, o reservatório de óleo.
Não
fui no primeiro teste, mas o Gabriel foi e me contou uma história inusitada. O
Alemão foi dirigindo o carro, Gabriel ao seu lado no banco de lanchonete. Rui
naturalmente, estava em outro carro com o Expedito. Quando trafegavam pela
marginal de Pinheiros, Gabriel vê um pneu passando pelo carro:
-Ih, olha uma roda...
Alemão olha e responde...
-É...
O carro anda mais alguns metros e
“buummm”... A traseira arreia...
-É, acho que era a nossa roda...
Completa o Alemão.
A roda foi para longe, e os dois
ficaram esperando o Rui ir buscar, dar toda a volta para recoloca-la e
prosseguirem.
Não me lembro como foi o teste,
claro que devo ter feito mil perguntas, mas realmente não me recordo de nada.
Num
sábado, estava em casa quando ouvi o ronco do D3 chegando, meu pai, eu e meu
irmão Beto fomos para a rua. Era o dia da estreia do bólido. O carro estava
parado em frente à casa do Expedito, Rui dirigia e Alemão ao seu lado. Expedito
saiu de casa carregando umas três latas de aditivos, Winner, STP e Molykote.
Explicou onde era para colocar os óleos, Alemão indagou que precisaria de mais
óleo para o motor. Marazzi mandou que ele pegasse no posto. Assim, Rui deixou
rolar o carro, fez o contorno na entrada da rua Florália e subiu a Ibiraçu
acelerando. Ficamos olhando os movimentos do carro parados no meio da rua,
quando ele entrou na Cerro Cora e sumiu, meu pai comentou:
-Está bonito o carro.
Marazzi respondeu:
Foi a última vez que vi o carro.
Não sei como foi a sua estreia, e
sei que logo depois a equipe acabou por algum motivo que só o Rui pode
esclarecer, mas não faz a mínima diferença. Foi bem legal acompanhar a
construção desse lindo carrinho. Pena que não há fotos dele. Quem sabe, agora
apareça alguma.
Um forte e veloz abraço a todos.
Mario Marcio "Cuca" Souto Maior
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Algumas considerações; a ano foi 1972, as rodas o Expedito e eu compramos na Scorro do Marco Grilli, eram de 10 pol de largura, os pneus fomos buscar na Pirelli e eram os Pirelli Corça de competição que logo ficaram obsoletos com a chegada dos slick, com este carro corri a Copa Brasil de 1972 depois parei e voltei às pistas anos depois...
Ainda ontem no cockteil do lançamento dos 500 KM de São Paulo o Gabriel e eu falávamos de seu pai e do Cuca quando alguém ao nosso lado disse ser fã do Expedito o mesmo que alguém escreveu ontem em um post meu...Gabriel lembrou que seu pai morreu aos 53 e para as lágrimas não descerem comentei em como o Cuca e ele que são sete anos mais novos que eu me perturbavam nesta época!
Expedito era 15 anos mais velho que eu, e descaradamente o chamava de Velho, e a descrição do Cuca mostra perfeitamente seu espirito!
Hoje abro o texto do Cuca e ele conta justamente daquela época tão boa, obrigado Cuca pelo carinho deste tão gostoso texto!
Dedico estas pequenas considerações aos queridos amigos de uma vida Cuca e Gabriel e à memoria do Expedito, sempre lembrado em nossos papos, de quem fui fã e tive o privilégio de ser amigo!
Rui Amaral Jr
Expedito era 15 anos mais velho que eu, e descaradamente o chamava de Velho, e a descrição do Cuca mostra perfeitamente seu espirito!
Hoje abro o texto do Cuca e ele conta justamente daquela época tão boa, obrigado Cuca pelo carinho deste tão gostoso texto!
Dedico estas pequenas considerações aos queridos amigos de uma vida Cuca e Gabriel e à memoria do Expedito, sempre lembrado em nossos papos, de quem fui fã e tive o privilégio de ser amigo!
Rui Amaral Jr
às
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Rui Amaral Lemos Junior
segunda-feira, 9 de maio de 2016
MANDIOPÃ
Hoje vou contar uma história minha, sei que devo um montão de posts à vocês mas ando numa correria daquelas...
No final da década de 1940 meu pai comprou de seu amigo Chiavonne a industria que fabricava o Mandiopã. Já eramos então distribuidores do produto que foi então agregado à uma gama de mais de duzentos produtos alimentícios que fabricávamos ou embalávamos, agora de nossa propriedade o Mandiopã poderia ter a necessária divulgação e assim foi feito.
1955 eu tinha então 3 anos e um dia meu pai chega em casa com um desses carros da foto, maluco com aquele novo brinquedo lembro apenas que sentei no carrinho que teimava em não pegar, aí meu irmão Paulo doze anos mais velho me pede para abrir o capo traseiro onde ficava o motor...deste episódio lembro apenas meu braço e mão queimando provavelmente com a gasolina que saiu do carburador e minhã mãe me proibindo de brincar novamente com o carro que foi agregado junto com outro à uma promoção do Mandiopã como vemos na foto abaixo, não sou nenhum daqueles meninos...outro dia conversando com o grande preparador Vinicius Lossaco ele me contou que um dos contemplados com um dos carros era vizinho da oficina de seu pai e ele via todo dia aquele carro e queria um...não tenho em meus arquivos quem foram os felizardos sorteados apenas sei que não fiquei com o meu!
Minha revolta maior como filho e Sãopaulino é que "MEU" carro foi sorteado num jogo do Corinthians...rsrsr
Ao meu pai e suas ideias que mudaram a propaganda, divulgação e comercialização dos produtos alimentícios no Brasil e aos meus amigos Danilão, Edwin, Paulão e Claudinho meu muito obrigado pela amizade e carinho!
Rui Amaral Jr
Agradeço à Atilio Santarelli o compartilhamento deste cartaz.
Ao lado de meu pai e Raimundo Hernandes diretor das Cestas de Natal Amaral em uma convenção da empresa muitos anos depois de meu carro ser sorteado!
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Rui Amaral Lemos Junior
quinta-feira, 5 de maio de 2016
PORSCHE TWIN
Muito bem, tigrada. O
carro em questão é o Stein Porsche Twin, uma tentativa feita na década de
sessenta de promover o encontro do célebre fabricante alemão e as
tradicionalíssimas 500 Milhas de Indianápolis. Uma semana atrás, o meu amigo
Luiz Carlos Dias, da boa cepa dos kartistas cariocas, me questionou sobre esse
carro e ao fazer a pesquisa sobre o mesmo, achei sua história interessante, o
bastante para ganhar espaço neste prestigiado Blog.
All Stein em sua criação.GettyImages
O Stein Porsche Twin,
surgiu da mente criativa do ex-piloto de Midgets da Califórnia, Albert Stein.
Estávamos no ano da graça de 1966 e Al Stein queria requentar uma velha idéia
dos ovais, o roadster com dois motores. Stein até chegou a pensar em alguma
configuração mais convencional, mas um amigo da Europa, ofertou-lhe três
motores Porsche 2.0 litros, que custariam menos que um único propulsor ianque.
Al visualizou seu carro explorando o baixo centro de gravidade dos motores
planos, mais a vantagem adicional da tração nas quatro rodas. A bizarrice teria
um motor dianteiro...e outro traseiro. Foi acrescentado um par de transmissões
da Lancia, os tradicionais freios Girling e um conjunto de rodas de magnésio.
Para projetar o Porsche Twin, foi chamado Joe Huffaker, que criaria um chassi
para reunir essa parafernália toda. Só faltava o piloto...
Talvez Stein, um cara
das pistas, tenha pensado seriamente em conduzir o Porsche-Twin, mas ele
resolveu chamar alguém do ramo, Bill Cheesbourg, que estivera ativo no oval de
Indiana na década passada. Porém durante a qualificação, Cheesbourg não passou das 149 milhas
por hora, além da equipe perder muito tempo realizando reparos no carro. A
qualificação não veio e apesar da promessa de Al Stein, de retornar ao
Brickyard em 67, suas novas negociações com a Porsche não deram certo. Sem
novos apoiadores para o projeto, o carro foi desmontado e vendido por partes e
por muito tempo não se falou dele.
CARANGUEJO
Oferecido ao Luiz
Carlos Dias, responsável pela redescoberta do Porsche Twin.
Postado por
Rui Amaral Lemos Junior
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