A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 27 de agosto de 2011

Spa 1985

A Lotus 97T recebe a bandeirada.


Parece que foi ontem, era  a segunda vitória de Ayrton na Formula Um. A pole foi do francês da MacLaren com o MP4 2B e Ayrton largou em segundo com um tempo 100/1000 superior, e largou para tomar a ponta incontestavelmente naquele dia chuvoso. Apesar da perseguição ferrenha de Prost e depois de Mansell com a Willians FW10 perdeu apenas a ponta na décima volta para Elio de Angelis, seu companheiro de Lotus quando parou para trocar os pneus. 
Venceu com uma vantagem de quase trinta segundos para Mansell e um minuto para Prost o terceiro, e colocou uma volta nos quinto e sexto colocados, Nelson Piquet com a Brabham BT54 e Derek Warwick  com a Renault RE60B.    


Thierry Boutsen, Arrows A8, 10º colocado.

  Ricardo Patrese, Benetton 184T quebrou na 15ª volta.

Philippe Aliot, RAM3-Hart e a pancada na décima volta.





quinta-feira, 25 de agosto de 2011

NIKI LAUDA, VINTE SEIS ANOS ATRÁS


Lauda e a MacLaren MP4-2B, lá atrás Teo Fabi de Toleman-Hart, colado em Lauda??? 

O dia 25 de agosto de 1985 foi especial para o austríaco Andreas Nikolaus Lauda. Especial? Talvez não para Lauda. Um dia realmente significativo para este tricampeão mundial de F1, foi o dia primeiro de agosto de 1976, quando ele, por alguma razão, recusou-se a morrer. Após a batida e as chamas em sua Ferrari, ele encontrou forças para reagir, lutar pela vida e voltar às pistas. Com cicatrizes, mas quem encara a morte e volta sem algumas marcas? Não,nove anos depois daquela tarde, para Niki Lauda, o GP de Zandvoort seria apenas mais um instante de superação, entre outros de sua vida. Seu treino fora apenas razoável para quem carregava o número 1 de campeão. Com o McLaren TAG largava no décimo lugar no grid. Pouco, uma vez que Prost conquistara a terceira posição. Na primeira fila, Nelson Piquet levando sua Brabham BMW pelo cabresto e já sabendo que na temporada seguinte seria piloto da Equipe Williams Honda, era o pole position.
Alboreto e Johansson, Ferrari 156/85.
Ayrton, Lotus 97T  

 Decepcionando, só as Ferraris, com Michelle Alboretto em 16º e Stefan Johansson em 17º. Se considerarmos que Alboretto estava disputando o título da temporada com Prost, era um resultado desastroso. A boa sorte faz parte do “pacote” que forma um campeão. Sem fazer força, o austríaco ganhará três posições no começo da prova: Tambay, que saía na sexta posição tem problemas na suspensão do Renault e Piquet,o pole e Thierry Boutsen, de Arrows-BMW ficam parados na largada. Rosberg e Teo Fabi, com Toleman-Hart são outros que terão problemas e deixarão Lauda posicionado para atacar os líderes Senna e Prost. Niki faz seu pit stop antes dos adversários e tira proveito quando o brasileiro e o francês narigudo param. Melhor ainda: Prost, que tem um carro igual ao seu, perde tempo com uma roda que teima em não encaixar. 
Prost, MacLaren MP4 -2B

Nas voltas finais, o duelo pela liderança resume-se a Lauda x Prost. O francês tenta de tudo, mas pensa que terminar a frente de Alboretto é um bom negócio. E Niki está incrivelmente motivado neste dia, ele que vem fazendo uma temporada fraca, com apenas duas colocações até o momento, um quarto (San Marino) e um quinto (Alemanha) lugares. Parecia que alguém o havia informado que com a vitória na Holanda, ele igualaria o total de triunfos do da lenda Jim Clark...Lauda resiste à pressão. Vence e faz aquela que seria sua última visita ao lugar mais alto do pódio. Rotina. Ele já era um eterno vencedor.

Caranguejo

Stefan Bellof, Tyrrel 014, que viria a perecer na corrida seguinte em Spa. 

Domingo tem.


Bruno Senna na Renault
Quem sou eu para noticiar qualquer coisa. Não é notícia, não. Como notícia já está pra lá de manjado.
É um comentário.
Lá vem bomba!
É uma oportunidade para Bruno, sem dúvida. Não diria que é uma senhora 

 No link o restante do bom texto do Carlos. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O CAMPINEIRO VOADOR


O campineiro Benedicto Moreira Lopes, foi um pioneiro do automobilismo nacional e o primeiro piloto brasileiro convidado a correr na Europa. De origem humilde, nascido em 1904, “Dito” Lopes contrariou o desejo dos seus pais, que o queriam um músico e acabou dominando a mecânica de automóveis. Habilidoso, iniciou-se na profissão reformando e revendendo carros após a Revolução Constitucionalista de 1932. Em pouco tempo já possuía a própria oficina e sua destreza ao volante empolgou um de seus clientes, Dante de Bartolomeu, que não só o encorajou a tornar-se piloto como cedeu-lhe um velho Bugatti para suas primeiras corridas. Sua estréia foi um verdadeiro batismo de fogo: inscreveu-se no GP do Rio de Janeiro de 1934, disputado no temido Circuito da Gávea, com todos os seus tipos de piso e curvas diferentes. Com o defasado Bugatti, pouco pode fazer e abandonou na segunda volta, com avarias. Mas entusiasmou-se e retornou no ano seguinte, com um Ford V8 com preparação própria. 

A tragédia de Irineu Correa. Foto histórica do blog Carioca do Rio.
Seu Ford V8 de 1935.

Apesar da corrida ter iniciado com uma tragédia, a morte de Irineu Correa, o Leão de Petrópolis e vencedor da prova de 34, Benedicto Lopes realiza uma grande apresentação, liderando a partir da 6ª volta até a 22ª das 25 voltas da prova. Faltando três voltas para o final, bate no carro do retardatário argentino Felipe Rueda, que estava atravessado na pista. Até hoje conta-se que Rueda deixou-se ficar numa posição perigosa, pois queria tirar o líder da competição e ajudar outro argentino, Ricardo Carú, naquele momento segundo colocado. Porém as primeiras vitórias estavam amadurecendo, e em 1936 vence em Petrópolis; depois, em sua terra Campinas, no Circuito do Chapadão e na Quinta da Boa Vista. 

Estoril 1937.



Nesse mesmo ano conhece a famosa Helle Nice, de quem irá comprar o acidentado Alfa-Romeo 8C, utilizado pela piloto francesa no malogrado Circuito do Jardim América. Dito restaurou o Alfa e até contou com a própria Helle Nice, que enviou-lhe peças da Europa para que pudesse concluir o trabalho. Em 1937, transfere-se com sua família para o Rio de Janeiro, passando a residir em Ipanema. É também quando recebe o convite do Automóvel Clube de Portugal para correr naquele país. Em julho de 1937 corre em Vila Real, onde conclui em terceiro. No mês seguinte, em Estoril, termina na segunda colocação. Em setembro retorna ao Brasil e com a experiência internacional adquirida, vence o GP da São Paulo (Circuito Jardim América) e mais uma vez, é o vitorioso no circuito do Chapadão. 

3º Circuito Internacional do Estoril -Portugal-1937, com a Alfa Romeo 8C Monza foi o segundo colocado.

No dia 12 de maio, participa da inauguração do Autódromo de Interlagos,chegando na quarta posição. A partir daí, segue em atividade até 1954, quase sempre pilotando uma Maserati 4CL 1500. Encerrou sua carreira aos 49 anos. Sua última prova foi no circuito de rua do Maracanã/RJ, chegando em 1º lugar. Sofrendo de úlcera, passou o restante de sua vida na terra natal, Campinas, onde faleceu em 1989.

Carlos Henrique Mércio-Caranguejo



Nossos agradecimentos aos amigos;