A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Stirling Moss e Denis Jenkinson vencem a Mille Miglia de 1955 - II

Mercedes 300SLR , Stirling Moss e Denis Jenkinson .

Mille Miglia talvez junto com a Targa Flório a corrida que mais incendiou meu imáginario , saia de Brescia descendo até Roma dai voltando a Brescia , eram 1.600 KM de pura velocidade pelas estradas Italianas . Fellini em seu clássico Amarcord mostrou todo encanto e magia desta corrida ao passar se não me engano por Rimini . Na edição de 1955 a corrida que era disputada desde 1927 , foi marcada pela grande vitória de um jovem piloto , Stirling Moss levando como co-piloto o jornalista Ingles Danis Jankinson , a bordo de sua Mercedes Bens 300 SLR .

Moss e Jenkins , o rosto negro , o braço erguido , a Vitória .

Pela primeira vez em uma corrida um co-piloto usou um dispositivo em que marcava em um rolo de papel de seis metros , todas caracteristicas do circuito , curvas rápidas , lentas , retas longas , curtas , freadas fortes etc . Era uma caixa de metal impermeável , com o rolo de papel que trazia as anotações , girando-o Jenkins ia lendo as anotações feitas previamente . Hoje usa-se um GPS , e intercomunicador , na 300 SLR Jenkins ia fazendo sinais manuais a Moss. Imagino como foi estar ao lado do rapidíssimo Moss por 10h 7min 48s , tempo que eles levaram para vencer as Mil Milhas . Algumas vezes Jenkins passou mal , tendo Moss dito a ele para colocar os bofes para fora em plena corrida . Era só virar a cabeça para o lado .

Juan Manuel Fangio com uma 300SLR monoposto , terminou a corrida em segundo lugar , com uma série de problemas . Abaixo o apertadissimo cockpit de seu carro .


Uma Maserati à frente da Ferrari de Piero Taruffi .

O Triumph de Brooke .

O povo se aglomerava a beira das estradas Italianas para ver seus idolos .

Uma Issetta , completou a corrida em mais de vinte horas o dobro do vencedor .


Mais de setecentos carros largaram em varias categorias , tendo os últimos a chegar completado o percurso em um tempo maior que o dobro dos primeiros colocados .




Postado em 24 de Agosto de 2009. 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

NOSSO POBRE AUTOMOBILISMO E OS VENDEDORES DE CARTEIRINHAS

  Já escrevi tanto aqui sobre nosso automobilismo, escrevendo as minhas verdades a respeito de cartolas e o pessoal da imprensa que “cobre” ou devia dizer "cobra" este esporte, que por aqui é tão rico de pilotos e gente que realmente gosta dele.
  Ontem ao ajudar o Ferraz a postar seu texto VERGONHA, li e reli diversas vezes o que meu amigo escreveu e ao final acabei me perguntando “e não é assim desde que comecei?” e olha que este ano vai fazer quarenta anos que pisei pela primeira vez em um autódromo como piloto.
  Já naquele 1971 um dia estava com um grande amigo que tinha uma escola de pilotagem e um clube de automobilismo, pois bem chega um cartola e ex piloto com um recado para ele e o deu na cara dura na minha frente. Caso não votasse no candidato tal nas eleições que viriam para a Federação a licença de sua escola seria revista e a preferência naquele momento é que houvesse apenas uma escola por autódromo e a sua ficaria de fora.
  Ora eu tinha 18 anos e eles já beiravam os 35/40 mesmo assim falei para meu amigo “dá umas porradas nesse fdp” e todos inclusive o fdp ouviram, pois é o tal fulano foi embora e esse cara fantástico que era meu amigo apenas me disse “ você está apenas começando a ver como é que se faz nos bastidores nosso automobilismo”. 
  Vamos ver então como funciona a coisa, o piloto se filia a um clube, a partir desse momento ele está apto a votar na eleição de sua diretoria, acontece que nenhum, repito nenhum de nós aparece nesta hora, e aí os “donos” desses clubes vão se elegendo e reelegendo perpetuamente ou colocando outros da mesma laia em seus lugares.
  Os clubes elegem o presidente da federação que elege o presidente da confederação, ora em um pais como o nosso em que o automobilismo é praticado em poucos estados como pode o presidente da confederação por exemplo do Maranhão ajudar a eleger nosso mandatário maior.
  Nessa “democracia” toda os clubes ficam com as datas no calendário para organizar as corridas. Do jeito que está na verdade eles são os donos dessas datas.
  Esse pessoal todo apenas se interessa pelas categorias que lhes tragam alguma vantagem econômica, como a Stock e F. Truck que são muito bem organizadas por seus administradores e outras como a F. 3 cujos organizadores sempre tem uma data no calendário mesmo que a corrida largue com apenas nove carros.
  As outras categorias que se danem, afinal para esses outros pilotos eles estão lá apenas para venderem a carteira de piloto e receberem as inscrições para corridas mal organizadas.
  Seria obrigação dos clubes fazer todo trabalho de divulgação e busca de patrocínio para cada corrida. Divulgar para trazer para o autódromo publico e depois no dia seguinte tentar a divulgação em jornais e outros órgãos da imprensa. Mas não eles apenas pensam na grana das cateirinhas e inscrições e os verdadeiros astros que se danem. É apenas isso que acontece.
  No ano passado em Interlagos meu amigo Fernando me chamou atenção quando estávamos no grid para ver o pessoal da Força Livre sobre um rapaz que corria com um Gol. Ele havia sido Campeão Paulista em sua categoria no ano anterior e corria apenas com a ajuda de sua mulher. Pois é a Fernanda e o Irineu Cury apesar de prepararem o carro que foi campeão no ano anterior não tinham sequer um patrocínio, culpa desse esquema até mafioso que toma conta de nosso automobilismo.
  Duas semanas atrás quando o Ferraz me ligou para dizer que havia recebido o calendário para as provas de Endurance de 2011 nós acabamos rindo da piada, piada sim e os 1.000 KM previstos para hoje mostraram isso. R$ 5.000 a inscrição e mais R$ 1.000 para cada piloto a mais, corrida sem divulgação, sem premio de largada e talvez com um mixuruco troféu aos vencedores. Vocês vão dizer “premio de largada?” é sim prêmio de largada, pois os organizadores teriam a obrigação de conseguir patrocínio para a corrida e divulgá-la trazendo publico ao autódromo, com isso gerando receita para que os verdadeiros donos do espetáculo pudessem exercer sua atividade. Ora bolas para eles só interessava a inscrição e a venda das carteirinha, já que com isso o deles já estava garantido. É apenas um bando mal intencionado de incompetentes. E o prejuízo de quem se preparou, se inscreveu as vezes vendendo um espaço em seu carro para algum patrocinador ou pegando dinheiro de seu próprio bolso e correndo com a ajuda de amigos?  
  Acredito que os organizadores dos 1.000 KM aproveitaram a data que correria a F3 e quiseram fazer junto, aproveitando todo esquema já montado.
  Da F 3 não pretendo falar nada, acho apenas que é uma categoria caça níqueis e que dificilmente vai levar alguém a algum lugar. 
  Já as Mil Milhas Brasileiras é uma vergonha o que fizeram com ela. Criada por Eloi Gogliano e Wilson Fittipaldi era promovida pelo Centauro Motor Club, que fez o Centauro vendeu seus direitos a um particular que viu na corrida a oportunidade de trazer uns foguetes para acorrida e ganhar uma boa grana, esqueceu de nossos pilotos, aqueles que se preparavam o ano todo pensando nela,  que tinham orgulho de apenas estar no grid e carregavam sua participação como um troféu não importa qual a colocação.
  Pois bem Eloi e Wilson para organizar as primeiras MMB, convidaram grandes pilotos trazidos para correr por belos prêmios de largada e chegada e todo prestigio que ela trazia a seus participantes.      
  Falta a nosso esporte gente competente que o dirija, que não tenha rabo preso com os esquemas que predominam, que trabalhe com boas intenções, só assim ele vai ser forte aqui dentro e quem sabe muita gente possa ganhar seu sustento fazendo o que gosta e sabe. 


Rui Amaral Jr 
       

Dedico este post a dois amigos, Expedito Marazzi e Antonio Carlos Avallone. 
Expedito jornalista sério que entendia sobre o que escrevia, piloto, diretor de clube e dono de escola de pilotagem, amigo leal e sincero.
O Baixinho também jornalista combativo, diretor de clube, piloto, organizador, construtor. Muito batalhou, abriu caminho na Europa para pilotos brasileiros, organizou a Copa Brasil de Automobilismo, foi perseguido e difamado. Até mesmo a FIA ameaçou os participantes da Copa com a cassação de suas licenças.
Corri em provas organizadas por eles e tive o privilégio de com eles conviver e trocar muitas idéias de tudo que envolve automobilismo de competição. 
E a Antonio Carlos Scavonne.



sábado, 22 de janeiro de 2011

Novas histórias das velhas carreteiras

As pessoas sintonizadas com o automobilismo de competição no Brasil sempre tiveram e terão no carro de corridas denominado no passado de “carretera” (em espanhol, significando caminho, estrada) ou, carreteira (aportuguesando), motivo para muita prosa.

Tratava-se de carro de série ou, de rua, preparado e “envenenado” para corrida ao gosto e de acordo com o “bolso” do freguês. A prática entrou no Brasil via Argentina, que teve famosos pilotos de “carretera”, entre os quais o próprio Juan Manuel Fangio, cinco vezes vencedor do campeonato mundial de automobilismo, atual Fórmula 1.

No Brasil, as carreteiras dominaram as corridas nas décadas de 1940 e 50 até meados da década de 1960, quando foram aposentadas e passaram a fazer parte da história, se bem que uma ou outra ainda é utilizada hoje em corridas especiais.

Lembremos que, antes delas, os pilotos usavam carros abertos, ou seja, sem teto, que se mostravam mais perigosos quando em capotamento, ocasionando por vezes a morte dos mesmos.

Daí passou-se para carros fechados, as carreteiras, mais seguros. O nosso propósito hoje é mostrar ao leitor como eram construídas as primeiras carreteiras, com direito a espelho retrovisor, farol de mão lateral, rádio, antena, placa de licenciamento e outros badulaques inúteis, que só representavam mais peso a ser movido.

Até que “caiu a ficha” dos construtores que passaram a fazer carros lisos, rebaixados, aliviados de todo peso extra, chegando à forma final na década de 1950, como foi exemplo a carreteira do paulista Camilo Christófaro.

Numa foto, a carreteira Ford múmero 30 (só de canos de escape levava vários quilos) do gaúcho Dante Roveda, o “Gavião da Serra”, de Vacaria/RS, que está de sapatos bi-color e o infalível lenço no pescoço.

Na outra, em 1950, o famoso piloto gaúcho Antoninho Burlamaque (falecido numa prova com uma carreteira Cadillac) e a sua carreteira Ford, com para-lamas “feitos a machado”, baita para-choque, antena de rádio e no teto um sistema de serpentina pelo qual circulava a água do radiador para melhor resfriamento do motor (a fama do motor Ford era de que, quando esquentava demais, não “puxava” mais. Daí...


Por Ari Moro

Publicado primeiramente no Paraná Online e jornal do Automóvel de Curitiba-PR
20/01/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 19/01/2011 às 22:24:37

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Jim Clark 1964



1963, finalmente o  melhor era Campeão do Mundo de Formula Um, Clark tinha arrasado a concorrência e partia em 1964 para tentar seu segundo titulo.
O titulo não veio por uma series de motivos (quebras) que o Caranguejo vai contar um dia. Naquele 64 enquanto disputava a Formula Um como sempre andou em diversas categorias e como sempre brilhou em todas.
Um pouco de Clark em 1964... 


Vencendo com o Ford Cortina Lotus em Brands Hacht.

Largada em Brands, #5 Jack Brabham ao seu lado Grahan Hill.

  Jack Brabham - Brabham - #5 e Clark #1 - Lotus - batalham na Formula 2 em Brands Hacth.
Vitória de Jack com Clark em segundo. 

Largando para vencer com sua Lotus 30 Ford nos carros esporte em Mallory Park.

Em Mallory vencendo também na Formula 2. Na foto ele e Peter Arundell ambos com Lotus Cosworth Formula 2.

Para não  dizerem que mostrei muito Jim, algumas fotos de belos carros correndo aquele ano.

Largada de Turismo, em Silverstone.
#61 Jaguar E-Type, #74 TVR-Grantura e um Jaguar XK 140.

Ferrari 250 GTO e um Diva-Ford na categoria GT.

Mustang e Falcon brigando em Silverstone.