A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quinta-feira, 20 de junho de 2013

500 KM de Interlagos 1961

Nas décadas de 50 e 60 do seculo passado as empresas capitaneadas por meu pai Rui Amaral publicavam uma revista, não sei se bimestral, onde os acontecimentos de cada uma das empresas eram mostrados aos nossos funcionários, fornecedores e clientes.
Guardo alguns exemplares e sempre que sobra algum tempo mostro no blog das Cestas De Natal Amaral onde tento contar a trajetória desses seres incríveis que foram meu pai e minha mãe Arinda Amaral Lemos.
Hoje ganhei de minhã irmã Maria Aparecida "Cida" Amaral Lemos e de meu sobrinho Frederico Amaral Battendieri a edição que mostra a participação de meu irmão Paulo nos 500 KM de Interlagos de 1961.   
Eufemismos à parte,  afinal ele era o  filho do patrão, não deixa de ser mais um importante resgate da história de nosso automobilismo, coisa que nós, meus parceiros e eu tentamos trazer à vocês!

À Cida e Fred


Rui Amaral Jr








sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Richard von Frankenberg


O alemão Richard von Frankenberg, foi escritor, jornalista e piloto. Em sua biografia achei algumas passagens dele em Le Mans, Mille Miglia, e Montlhery onde integrando a equipe Worldrecord Porsche, juntamente com Peter Max Muller, Glöckler Walter, von Huschke Hannstein e Ramelow Herman, bateram o recorde mundial para as 72 horas em um Porsche.
Sua vida nas pistas sempre foi ligada à Porsche, Richard que havia começado a estudar engenharia quando estourou a II Guerra, foi morar na Inglaterra com a família e lá se tornou jornalista e escritor.




O impressionante voo de Richard em Avus 1956

É seu o livro Weg eines Zeitalters, escrito sob o pseudônimo de Herbert A. Quint, publicado em 1951 e é até hoje, uma referencia para os amantes da marca. Depois disso integrou o Departamento de Imprensa e publicidade da Porsche, projetou os folhetos e o manual do primeiro Porsche, juntamente com o seu amigo Erich Strenger. 

24 Horas de Le Mans 1953 com Paul Frére

Em minha pesquisas encontrei sua participação nas 24 Horas de Le Mans 1953, quando defendendo a equipe  Porsche KG, correndo com um Porsche 550 Coupé, chegou em 15º lugar e 1º no Índice de Performance na categoria 1.101cc à 1.500, correndo ao lado do mítico Paul Frère.   
Em 1955 consegue a segunda vitória no Índice de Performance , agora chegando`em 4º lugar na geral, também pilotando o 550, agora em sua versão RS e tendo como companheiro Helmut Polensky.

24 Horas de Lemans 1956 com Von Trips, ao lado a Ferrari 625 LM Touring de Olivier Gendebien/Maurice Trintignant, terceira colocada.

1956 foi sua terceira vitória no Índice de Performance, também pela equipe Porsche KG,  pilotando um Porsche 550A/4 RS Coupe com ninguém menos que Graf Wolfgang Berghe von Trips, alguém conhece?

Von Trips e Richard




Sua última participação nas 24 Horas, que encontrei, foi com o Porsche 718 RSK, pilotado em dupla com Claude Storez.
Segundo sua biografia Richard parou de correr em 1960.
Agradeço ao meu amigo Rui Pastor o envio das fotos de Avus, pois pesquisando tive a oportunidade de conhecer mais sobre a vida deste incrível escritor/piloto/jornalista que foi Richard Von Frankenberg.

Dedico este post à memória de Expedito Marazzi, ele também piloto/jornalista/escritor  dos bons e um grande amigo.

Rui Amaral Jr 



VOANDO


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MULHER NO VOLANTE


Com tantas mulheres por aí dirigindo nas ruas, é de se perguntar por que não há mais delas pilotando nas pistas, dividindo também aí, o espaço com os homens. Certo que vez ou outra encontramos a Bia Figueiredo, a Simona de Silvestro, a Zizi Paiolli ou a Cristina Rosito fazendo boas apresentações. Mas é só? Vejamos. 
No passado, a pioneira Helle Nice enfrentou o preconceito e o machismo nos anos trinta e nos primórdios da F1, a italiana Maria Teresa de Phillips algumas vezes esbarrou em proibições que a impediram de dar continuidade à sua carreira. 
 Agadir 1955.
 Busquet e o Gordini.
Recebendo a premiação em Agadir 1954.

Parte disso pode ser creditado à tragédia de uma outra pioneira, a austríaca Annie Bousquet. Nascida Schaffer (em data desconhecida), Annie ficou famosa participando de competições na França, alternando aparições em rallys ou provas em circuitos.
Seu grande incentivador era seu marido Pierre Bousquet. A partir de 1953, obtém bons resultados com um Renault 4CV, derrotando até mesmo alguns homens mas no ano seguinte, sofre um sério acidente em Agen com um DB Panhard 500. Após um mês de molho, retorna à pistas participando da “Coupe des Dames”, reservada às mulheres e consegue uma segunda colocação,  perdendo apenas para a belga Gilberte Thirion. Surge uma rivalidade entre elas... Com um Porsche Spyder, ela consegue o oitavo lugar no Tour de France, em dupla com Marie Claire Beaulieu, o melhor resultado de sua carreira. 

Annie Busquet e  
Marie Claire Beaulieu.




Em 1956 o incentivador e companheiro Pierre morre em um acidente de trânsito, mas ela não abandona às pistas, competindo com um Triumph TR2 nas Mille Miglia, terminando em quarto na sua classe. Participa também dos 1.000 Km de Montlhéry num Maserati 150S do argentino Alejandro De Tomaso. Em julho decide participar das 12 Horas de Reims, na Classe 1.500 com um Porsche 550 Spyder. Sua parceira seria a americana Isabel de Haskell.

 O belo  Porsche 550 Spyder.
Annie e o 550 Spyder.

Porém Annie acidentou-se logo no começo da prova. Seu Porsche azul saiu da pista e ela foi ejetada cerca de quinze metros do carro. Muito ferida, morreu no hospital.
Outros pilotos concluíram que Bousquet fora vítima de estafa, pois se deslocara até Zuffenhausen para realizar melhoramentos em seu Porsche e voltara dirigindo para correr. A proeza custara-lhe uma ou duas noites sem descanso e depois cobrou-lhe a vida. Após seu acidente, alguns organizadores franceses resolveram banir as mulheres das pistas ea tal proibição vigorou até a participação de Marie Claude Beaumont nas 24 Horas de Le Mans de 1971 .

Dedicado à Maria da Glória, minha companheira de equipe.

Carlos Henrique Mércio - Caranguejo

sábado, 4 de julho de 2009

PORSCHE 550 Spyder

Paulo no 550 em um treino na curva "Três" 1961
550 RS de Carel Godin de Beaufort , 14º colocado no GP da Alemanha de 1957 , uma volta atrás de Fangio , outro 550 RS de Nº 21 pilotado por Edgar Barth chegou em 12º lugar , vencendo na F 2 .

Um 356 de competição 1953 , predecessor do 550 Spyder .

Os 550 Spyder de 1954 . Nascidos para vencer .
O vento batia em meu rosto , deste dia tenho algumas lembranças bem vagas tinha só oito anos e estava a bordo de um 550 Spyder descendo o "Retão" em Interlagos . Tínhamos ido para Interlagos no Tunterbird azul de meu irmão , na época ir a Interlagos era complicado , ficava no fim do mundo . No carro o Paulo guiava e junto estava um amigo não lembro se era o Luciano , saímos de casa no Pacaembu e do caminho só lembro de passar onde hoje é a Av. Ibirapuera , lembro do bonde que passava pela avenida e uns grandes eucaliptos que a margeavam . Minha mãe Arinda devia estar viajando , pois ela nunca me deixaria ir com aqueles playbois , ainda mais até Interlagos . Outra lembrança viva , estava no box , que eram no "Café" e alguém disse que um carro havia voado na "Três" e todo mundo correu para lá , fui depois de todos , quando cheguei à junção levei um susto , o mato era alto e eu querendo atravessar sem saber se viria algum carro por lá . Hoje eu sei que não viria pois o treino para os 500 Kilometros era somente pelo anel externo . Cheguei a "Três" que na época era conhecida como "Bacião" devido a sua inclinação , a tempo de ver alguém sendo carregado de maca , seu rosto estava sujo o carro caído do outro lado da pista num barranco , na época não havia guardrails . Hoje conversando com meu irmão Paulo lembramos que era uma Maserati , pilotada por um mecânico , não lembramos de quem era o carro nem o nome do mecânico .
Outras lembranças que tenho deste carro é que ficou um tempão na garagem de casa , seus bancos vermelhos escuros , sua carroceria de alumínio que ao ser apertada afundava , ele era , e ainda é , lindo . Uma lenda.

Nesta corrida em Avus , Jean Behra perdeu a vida pilotando um 550 RS , 1959 .



quinta-feira, 23 de abril de 2009

INTERLAGOS ANEL EXTERNO

Eu e o Elcio numa corrida anterior .

Meu irmão Paulo e seu PORSCHE 550 SPIDER , nos 500 KM de Interlagos no ano de 1961 . http://brazilexporters.com/blog/index.php?blog=5&s=paulo+lemos&sentence=AND&submit=Search leiam o exelente texto do Carlos de Paula sobre esta corrida .

Luiz e seu 908/2 à frente de Jost com 908/3 nos 500 Km de Interlagos de 1972 , o Luiz era grande até quando chegava em 2º lugar .

Interlagos , anel externo velocidade pura , pé embaixo 95% do tempo , me lembra a primeira volta que dei no autódromo , a bordo do PORSCHE 550 SPIDER de meu irmão Paulo . Lembra ainda o grande Luiz Pereira Bueno dando um baita trabalho a Reinold Joest nos 500KM de 1972 , apesar de correr com um carro mais fraco . Lembra Celso Lara Barberis e suas três vitórias , uma em 1961 ano em que meu irmão e Luciano Mioso venceram na categoria até 2 litros . Também o grande Ciro Cayres vencedor em 1964 com o não menos grande José "Toco" Martins . Pois bem em 1982 ano em que corri na TEP( D 3 ) estava programada e corremos uma prova pelo anel externo de 3.208 m foram 25 voltas neste circuito fabuloso , parte da não menos fabulosa pista de 8.000m do Autódromo de Interlagos , pista que por vontade dos dirigentes da F.1 foi totalmente descaracterizada e que agora alguns grandes pilotos do passado , Bird , Chico Lameirão , Bob Sharp e outros tentam refazer . O anel externo é de altíssima velocidade , composto pelas curvas "Um " , "Dois" , "Três" uma reta torta em subida que vai até uma curva que antecede os antigos boxes , o "Café" .
Começamos a preparação do carro trocando a relação de marchas da 1ª e 2ª , já que não precisaríamos usa-las , optamos por uma "Caixa um" bem mais curta , com a 3ª marcha 0. 78 e 4ª 0.96 e diferencial 8/31 que eu já usava . Com este cambio eu poderia pular na largada junto com meus adversários , esquecendo o trauma de largar com aquela " Caixa 3 " que tanto me atrasava nas largadas . No meu caso usaria a 3ª marcha para fazer a curva "Três" e o resto do circuito seria todo em 4ª marcha . No primeiro treino na 5ª feira dois sustos , o primeiro ao chegar a curva "Três" haviam pintado o muro que circunda esta curva de branco , e como na temporada inteira ele estava sujo ao chegar e passar pela curva percebi como passávamos perto dele , ainda mais fazendo a saída da curva com o traçado que usaríamos para o "Anel externo" , o segundo na primeira volta que vim forte foi ver o contagiros chegar à tomada da curva "Um" a 7.200rpm bem mais rápido que chegava quando fazia o circuito completo . Passados os sustos era uma maravilha , pé embaixo o tempo todo , fazia a "Um " cravado e só ia tirar o pé e frear na "Três" uma freada fortíssima , contornada a curva engatava 4ª uns 200m depois e dai para frente pé embaixo de novo , a tomada e contorno da curva "Um " eram rapidíssimos , não sei precisar a velocidade que chegava mais fazer cravado dava um certo friozinho na barriga . Carro bem feito , chassi com um trabalho ótimo do Carlão e motor do sempre competente Chapa ia largar na primeira fila , não lembro a posição , mais pensava , "vou dar um susto neles , vou largar junto e se der ganho esta corrida " Os mais rápidos eram o Mogames com o carro em que havia sido vice campeão da D.3 em 1981 e que estava ganhando todas as corridas , o Laercio com o carro que havia sido campeão da D. 3 no ano anterior nas mãos do Amadeu Campos , Elcio Pelegrini multicampeão da F. Vê , José Antonio Bruno , Amadeu Rodrigues , Marcos de Sordi , Bé , Alvaro Guimarães , José Ferraz alem do Duran , Orlando , Artur da Cruz , Aristides , Sueco , e o amigão João Lindau . No domingo , antes da largada era só nela que me concentrava , pulando bem ia brigar lá na frente . Placa de um minuto , primeira engatada "é hoje" , placa de trinta segundos , motor a 7.000 rpm , farol vermelho , farol verde , o pulo foi perfeito , larguei na frente , a hora que fui engatar segunda ela não entrou , não sei se foi erro meu ou o cambio que nunca tínhamos usado e para não mostrar aos outros que tínhamos uma primeira mais curta eu não havia testado a arrancada suficientemente só sei que cai umas dez posições , não tanto quanto quando largávamos com a "Caixa três" pois estava no embalo , mais outra vez eu tinha de fazer uma corrida de recuperação . Passei a primeira volta já em quinto e na segunda já vinha em quarto perseguindo o Elcio , três ou quatro voltas depois estava embutido nele , só que ele era uma pedreira , estava difícil achar um espaço para ultrapassa-lo , vínhamos os dois de pé no fundo , na curva "Um" via sua luz de freio acender , só que seu carro não perdia velocidade ( depois ele me contou que dava um toque no freio com o pé esquerdo para abaixar a frente do carro ) , na curva "Três" a freada era no gargalo e alem disto nossos motores empurravam igual . Lá na frente o Mogames reinava absoluto , com o Laercio logo atrás mais sem condições de pressiona-lo , nesta altura virávamos cada volta no tempo de 1.04s o que era bem rápido . Lá pela sétima ou oitava volta eu embutido no Elcio chegamos à curva "Um" , cravados a tomamos e a hora que vi seu carro estava de frente com o meu e eu olhando em seus olhos , exageros à parte foi um baita susto , estávamos andando no limite e muito rápido , só lembro de ter tirado o pé e saído pelo lado , graças a DEUS sem toca-lo . Ai estava em terceiro , só que o Mogames e o Laercio tinham ido embora , na próxima volta quando vi eu estava saindo da "Dois" e eles quase na freada da "Três" , tentei andar o mais rápido possível e cheguei a descontar um pouco , mais lá pela décima quinta/sexta volta meus pneus começaram a dar sinais de fadiga e o contagiros já não chegava ao final de "Retão" aos 7500rpm do começo . Assim terminamos , Mogames ,Laercio e eu em terceiro . Ah!!! aquela errada de marcha , não digo que teria vencido , mais teria dado trabalho , lá de cima o Lindau deve estar dizendo " alicatãooooooooooo "

NT . A corrida vencida pela dupla Ciro/Tôco foi no circuito completo .

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O COMEÇO


A primeira vez que andei em uma pista foi com meu irmão Paulo , ele e seu parceiro Luciano haviam comprado um PORSCHE SPYDER 550 , e estavam treinando para os "500 km de INTERLAGOS" o ano era 1961 e eu estava com 9 anos. Depois de treinarem , me convidaram a dar umas voltas ,não lembro quantas foram ,só lembro o vento batendo em meu rosto no "RETÂO" e o aslfalto passando rápido. O carro maravilhoso prateado com os bancos vermelhos já conhecia bem , pois ficava na garagem de casa . Em outro treino me lembro de um acidente na curva 3 que na época era chamada de " BACIÃO ", um piloto (depois fiquei sabendo que era um mecanico ) passou reto na freada e caiu no barranco ,pois na época não existia nenhuma barreira.
Sai correndo dos boxes , que eram no "CAFÉ" desci a "SUBIDA DOS BOXES" correndo , ao chegar na "JUNÇÃO" me apavorei , o mato era alto e a pista muito larga . Cheguei na 3 a tempo de ver o piloto saindo de maca , não sei o que lhe aconteceu.
Este foi o começo desta paixão cheiro de gasolina e pneus , um barulho tremendo ,adrenalina correndo solta.