A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 17 de julho de 2013

CAVALO - MARINHO

Montjuich Park, 1973

Mike Beuttler é, até prova em contrário, um dos poucos pilotos da Fórmula 1 reconhecidamente gay. Em um universo viril e machista, Beuttler talvez tenha sido deixado em paz com sua orientação sexual porque nunca assumiu-se como tal em suas três temporadas na F1 e um assunto como esse era tabu nos anos setenta. A revelação ocorreu mais tarde, mas falaremos disso depois. Michael Simon Brindley Bream Beuttler era filho de país ingleses, mas nasceu no Cairo, Egito. 

Formula 3
Brands Hacth 1969, Formula 3, Brabham BT  28

Aos dezesseis anos, interessou-se pelo automobilismo e tornou-se um competidor regular da Fórmula 3 com seu Brabham e o patrocínio do corretor financeiro Ralph Clarke. Vitórias e a terceira colocação no campeonato Shellsport em 1970 o credenciaram para a Fórmula 2. David Mordaunt e Alistair Guthrie, também profissionais da área financeira, juntaram-se ao esforço de Beuttler. 

#8 Ronnie, #10 Beutler e #7 Wilsinho Fittipaldi todos de March 721M-FVA.
I Torneio Brasileiro de Formula 2 - Interlagos   

Em 1971, venceu a prova de Fórmula 2 de Vallelunga e a March lhe proporciona a estréia na F1, no GP da Grã-Bretanha. Mas o March 711 era um carro que só Ronnie Peterson fazia andar. Em suas cinco tentativas, Beuttler não consegue sequer terminar uma corrida. Porém, com seus patrocinadores pessoais, na temporada seguinte Mike estaria de volta, a partir do começo da fase européia do mundial e consegue até mesmo uma desforra pessoal em cima da March Engineering: seu carro, um March 722 de Fórmula 2 adaptado, às vezes tinha um melhor desempenho do que o dos pilotos oficiais da March, Peterson e Lauda, nos complicados 721X. 

 Nurburgring 1972
 Zolder 1973
Anderstorp 1973, à frente de Clay Regazzoni - BRM P160E
Mônaco 1973
Albi 1971 com Anne Lemercier

Foi assim no GP da Alemanha, onde Mike terminou em oitavo ou no GP de Monza, 10º colocado. Em 1973, a equipe reestruturou-se para a chegada de mais um apoiador - Jack Durlacher – o que permitiu a Beuttler participar da temporada inteira. Ainda com o modelo 721G, foi o décimo colocado na Argentina e na estréia do 731, foi o sétimo colocado em Montjuich Park e o décimo em Watkins Glen. Mas novamente se via às voltas com a ruindade de um carro March. O único carro fabricado pela dupla Max Mosley-Robin Herd com um desempenho razoável naquela temporada era o de James Hunt e isso porque Harvey Postlethwaite o redesenhara. Todavia, o setor financeiro não vivia um bom momento e os patrocinadores de Beuttler recuaram e talvez o piloto estivesse amargurado depois de uma temporada que havia custado as vidas de Roger Williamson e François Cevert. Mike Beuttler retirou-se das pistas, mudou-se para os Estados Unidos onde morreu, de complicações devido a AIDS em 1988. Tinha 48 anos.

Caranguejo