A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Ferrari e o acordo com a equipe Lancia


Luigi "Gigi"Viloresi, Alberto "Ciccio" Ascari, Eugenio Castellotti e o autor da obra Vitório Jano!

 De uma conversa gostosa com meu amigo Milton Bonani, sobre a D50, surgiu este texto, originalmente em italiano, que ele traduziu para nós!
Obrigado Don Bonani, um abração!

Rui Amaral Jr

"Entre Enzo Ferrari e Alfa Romeo foi amor desde sempre, mas com a Lancia a história teve um sentimento diferente.

No verão de 1953 Gianni Lancia decide se aventurar na Formula 1. O famoso projetista da Lancia, Vittorio Jano, termina o projeto da D50 em setembro de 1953. O problema dos pilotos é rapidamente resolvido, a partir do instante que Gianni Lancia consegue convencer da grandeza do projeto dois nomes de peso: Alberto Ascari e Luigi Villoresi, que esnobam a oferta de Enzo Ferrari. 
Obviamente que esse fato é também polêmico.
 Ascari decide se transferir para a Lancia devido aos frequentes contatos havidos nos últimos tempos – e parece que também por motivos de pouca importância, com Gianni Lancia em pessoa.

Gianni, Ciccio e a D50.

Em todo caso, a compensação financeira mínima garantida ao piloto para o biênio 1954/55, é de 25 milhões de liras anuais, o que não é, de fato, desprezível. Quanto ao Villoresi, a sua decisão não causa surpresa, visto que, é conhecida a sua profunda amizade com Alberto Ascari.
Da equipe Lancia faz parte também Eugenio Castellotti, pupilo de Ascari, que de certo modo vê nele o seu sucessor.

Castellotti

A D50 se distingue pelo impecável acabamento, fato incomum em um monoposto de competição, e por um peso inferior aos seus concorrentes diretos.
 O monoposto da casa de Turim faz a sua primeira aparição em 20 de fevereiro de 1954, e a característica que mais chama a atenção no novo bólido reside nos tanques de gasolina, colocados lateralmente ao longo da carroceria.

Ciccio vence o GP di Napoli.
Gigi Viloresi

O motor aspirado é um 8 cilindros em V de 2,5 litros de capacidade, obedecendo o limite fixado pelo regulamento da Fórmula 1.

O desenvolvimento da D50 porém é longo e difícil; sua estreia, inicialmente prevista para 20 de junho no Grande Prêmio da França, vem a cada vez sendo postergado e terminará com 4 meses de atraso.
Nesse meio tempo, Ascari e Villoresi, mesmo participando dos testes, são liberados para correr com veículos de outros concorrentes. Os pilotos, de fato, assinam um acordo no qual a Lancia permite a eles participarem dos grandes prêmios com carros de outras marcas até o momento que a D50 puder correr.

Os dois, entretanto, prosseguem no aperfeiçoamento do carro.

 A bela versão streanliner

Ciccio Ascari, Castellotti e Gigi Viloresi  

A estreia prevista para a França é cancelada; a D50 ainda não está em condições de poder correr.

Gianni Lancia está profundamente desiludido, também porque no Grande Prêmio do Automóvel Clube da França estreia a Mercedes W196: é uma estreia em grande estilo, haja vista que Fangio conduz a máquina alemã prateada a vitória.

Finalmente, depois de uma série de testes satisfatórios efetuados no início de outubro, Alberto Ascari nos testes de Monza baixa quase 3 segundos da pole da Mercedes W196 carenada de Fangio.

As D50 começam “a voar” quando...Ascari morre em Monza em um teste ocasional de uma Ferrari, e Gianni Lancia anuncia a suspensão das atividades esportivas, anuncio que vem praticamente ao mesmo tempo com a desistência de Gianni Lancia que troca a Itália pela América do Sul.

Na fábrica se formam dois grupos: de uma parte existem aqueles que gostariam de evitar perder a experiência adquirida no âmbito esportivo, melhorar o material existente e prosseguir com a atividade esportiva, e da outra há quem, pelo contrário, não vê a hora de se desfazer de todo o material de corrida o mais rápido possível, quem sabe até liquidando tudo abaixo do custo.

Os apoiadores da segunda opção levaram a melhor bem rápido.

Anunciada a notícia, muitos demonstraram interesse em adquirir por um bom preço todo o material: entre os potenciais compradores, na primeira fila, parece que sem dúvida estava a Mercedes Benz.

Para evitar que as valiosas experiências italianas terminassem indo para fora da Itália, o príncipe Filippo Caracciolo, que era genro de Gianni Agnelli e Presidente do Automóvel Clube da Itália, age junto a FIAT afim de obter um acordo a três, no qual a Lancia “doa” a Ferrari o seu material de corrida e a FIAT se compromete a conceder à casa de Turim durante 5 anos, uma contribuição financeira significativa de 50 milhões de liras ao ano.

A cerimônia de passagem ocorre no dia 26 de julho de 1955 no pátio da Lancia em Torino. As honras da casa são feitas pelo advogado Domenico Jappelli e pelo Senhor Attilio Pasquarelli, enquanto que pela Ferrari estão presentes o engenheiro Mino Amorotti e o senhor Luigi Bassi chefe técnico da equipe.

Para a crônica esportiva foram doadas seis D50 de fórmula 1.

Enzo Ferrari não comparece. O Commendatore nunca tinha visto com bons olhos quem tinha ousado roubar-lhe pilotos, fama e glória.

A D50 na Ferrari passou por modificações necessárias, mas o projeto base permanece idêntico, conduzido pelo mesmo Vittorio Jano que é transferido para a escuderia de Modena.

Fangio e a D50

Fangio, também transferido para a casa Ferrari e guiando agora a Lancia-Ferrari D50, vence o campeonato mundial de fórmula 1 em uma retumbante temporada."  


segunda-feira, 16 de abril de 2018

Correndo Sob Um Céu Escarlate

 A Maserati de Ciccio na Gávea - 1949

Que o piloto Alberto Ascari, bicampeão mundial da Fórmula 1 em 52/53, tem uma impressionante série de vitórias de Spa/52 a Spa/53, talvez alguns saibam. Aqui neste prestigiado Blog, o italiano é frequentemente citado, ora como o irredutível Homem do Casco Azul, que se recusava a correr sem seu capacete da sorte, ou como a vítima de um misterioso acidente na pista de Monza/55, que custou-lhe a vida. 
Hoje acrescentamos outra a sua série de histórias, esta passando-se no Brasil em 1949. Ciccio apresentava-se na Gávea, para a disputa do X Grande Prêmio da Cidade do Rio de Janeiro. Ascari tivera antes uma atuação mais que discreta em uma prova em São Paulo. O mais provável é que estivesse se poupando para a prova da Gávea. E com efeito, no Rio ele andou muito. Líder com grande vantagem em sua Maserati 1500, Ciccio topou-se com o Bugatti de Domingos Lopes, o sétimo colocado. Na pressa de livrar-se do retardatário, Ascari acertou a roda traseira esquerda do carro de Lopes, batendo num barranco à direita e em seguida chocando-se outra vez com o Bugatti, terminando sua trajetória ao colidir com árvores do outro lado da pista. A Maserati teve seu motor arrancado e o piloto foi socorrido por populares. Uma ambulância do  Hospital Miguel Couto o recolheu e o Dr. Jair Nobrega o examinou. Como Ascari nem sequer perdera os sentidos, o Dr. Jair aguardou o término da prova para então conduzir Alberto Ascari ao Hospital, onde o piloto submeteu-se a uma bateria de Raios X, ficando constatada a fratura da omoplata esquerda, além de contusões generalizadas.

Gigi Villoresi e Ciccio Ascari 

 Antes de ser removido à Casa de Saúde São Sebastião, foi visitado pelo vencedor da Gávea, Gigi Villoresi, que deve ter-lhe dito que teria melhor sorte outra vez. Mas Ascari não retornou ao Brasil. O bicampeão faleceria em circunstâncias até hoje pouco explicadas, seis anos depois e cercado de trágicas coincidências. Seu pai, o também piloto Antonio Ascari, igualmente, morreu aos 36 anos; era o 26º dia do mês e sofreram o acidente após uma curva rápida à esquerda, deixando uma esposa e dois filhos. 


Quanto a mim, inspirei-me a fazer estas mal-traçadas linhas, depois de uma foto que o amigo Rogerio Machado postou no Facebook, mostrando a Maserati de Ascari, acidentada no Rio. 
Antigamente, um piloto ia aonde o povo estava. O título estranho, faz referência a um romance de Mark Sullivan onde Ascari é citado.

Para Yasmin.

CARANGUEJO 


quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

O HOMEM QUE ODIAVA ENZO

Emilio Villoresi era o irmão mais novo de Luigi Villoresi. Compartilhava com Gigi o gosto pela velocidade e juntos participaram das Mille Miglia ou mesmo do Rally de Montecarlo, mas desenvolveram carreiras separadas. Enquanto Luigi optava pela Maserati, Mimi escolhia a equipe Alfa-Romeo, à época comandada por Enzo Ferrari. De futuro promissor, Emilio exibiu sempre habilidade comparável a de Luigi, mas seu destino era diferente.





Emilio e Luigi na Fiat 1500 no Raly de Monte Carlo 1937.
Mille Miglia 1933 - Gigi e Emilio foram  33ºs com a Fiat 508S Balilla.

Em junho de 1939, foi escalado para uma demonstração para jornalistas em Monza, a bordo da Alfetta 158. A famosa culinária italiana, o vinho... Após o almoço, Emilio foi para a pista, mas perdeu o controle e bateu forte em uma árvore. Devido aos ferimentos faleceu no dia seguinte. Luigi ficou arrasado e quando inquiriu Enzo, ele lhe disse que Emilio comera e bebera demais e sofrera uma congestão ao volante. Gigi desde então, passou a desprezar Enzo,mais ainda quando Consalvo Sanesi, outro piloto da Alfa-Romeo, contou-lhe que na verdade o equipamento é que falhara. Uma quebra no sistema de direção (já ouvimos falar em problemas na suspensão) provocara o acidente. "Como homem, Enzo não era bom", disse Luigi certa vez. Porém o mundo dá voltas. 

Gigi e Ciccio Ascari.
GP da França 1951 Reims - Gigi chega no quinto lugar com a Ferrari 375.
Gigi, Enzo e Ciccio!

Na década de quarenta, Villoresi foi até o homem de quem não gostava e com ele acertou a sua própria contratação e a de um jovem talento de quem era mentor: Alberto Ascari. E assim formou-se uma das primeiras duplas da Ferrari S.E.F.A.C. que produziria grandes resultados, até Ascari ir embora... papo para outro dia.                    

 CARANGUEJO

Gigi e a Maserati...ele sobreviveu!

terça-feira, 28 de abril de 2015

Monza 1953

Recebi hoje do Caranguejo a bela obra de Michael Turner pedindo para que postasse perguntando tudo sobre a corrida, imediatamente postei em meu perfil do Face e um minuto depois vem o João Valente e em resposta mostra o vídeo que vou mostrar abaixo. Então resolvi mostrar as fotos e o vídeo e contar um pouco da corrida e do campeonato de 1953.
Obrigado Caranguejo e João. 

Ciccio, Farina, Marimon e Fangio.

1953 - Assim como no ano anterior a Formula Um correu com os carros da Formula Dois e a Equipe Ferrari novamente com seu extraordinário modelo 500 foi imbatível correndo com quatro grandes pilotos; Gigi Villoresi, Nino Farina, Mike Hawthorn e Alberto “Ciccio” Ascari.
A Maserati bem que tentou trazendo para a equipe Juan Manuel Fangio, Froílan Gonzalez e Felice Bonetto, mas seu modelo A6GCM-53 com  o novo motor de dois litros mesmo se mostrando rápido não  era páreo para a 500.
O campeonato teve nove corridas e Ciccio só não venceu em duas sendo que em Reims venceu seu companheiro Hawthorn e em Nurburgring seu outro companheiro, o veterano Nino Farina o primeiro campeão do mundo da F.Um.
Desde a bela vitória em Bremgarten no GP da Suiça, quando depois de parar nos boxes para reparos e voltando no sexto lugar fez uma corrida espetacular ultrapassando seu companheiro de equipe Nino Farina à doze volta do final e sagrando-se bi campeão do mundo  na penúltima etapa do campeonato.

 #50 Juan Manuel Fangio-Maserati A6GCM-53, #4 Alberto Ascari-Ferrari 500, #6 Nino Farina-Ferrari 500, #54 Onofre Marimon, Maserati A6GCM-53.
 Nino Farina-Ferrari 500, Alberto Ascari-Ferrari 500, Juan Manuel Fangio-Maserati A6GCM-53, Felice Bonetto-Maserati A6GCM-53
 Fangio e Ascari.
Seu Chico com a Maserati A6GCM em Bremgarten, seu carro não tinha a evolução dos de fábrica.

Chega Monza o templo italiano da velocidade e Ciccio faz nova pole 50/100 à frente de Fangio e 1s20/100 à frente de Farina. Mas na corrida o que se viu foi uma disputa ferrenha pela vitória entre cinco pilotos; Ciccio, Farina, Fangio, Bonetto e Onofre Marimón que corria de Maserati.
Nesta batalha chegam à ultima volta e na entrada da Parabólica Ciccio vem à frente de Farina e Fangio e escapa dando uma rodada levando seu companheiro de equipe com ele, deixando a vitória na última prova do campeonato para Fangio e sua Maserati!  



Rui Amaral Jr


terça-feira, 8 de abril de 2014

YES, NÓS TEMOS CORRIDAS


Atualmente, o mundo é uma aldeia global, é fácil ao torcedor brasileiro assistir à apresentação de um esportista de renome, um top liner, seja de que modalidade for, sem contar os recursos audiovisuais. Mas antigamente, seria tão mole assim? Tudo era longe, o Brasil era longe e no caso do automobilismo, tínhamos por aqui locais ainda acanhados e alguns outros se desenvolvendo ainda e que com certeza não atrairiam os grandes nomes de destaque. Certo? Errado. O lado de baixo do Equador sempre contou com eventos importantes e com a presença dos maiores. Achille Varzi, piloto italiano, rival único de Tazio Nuvolari aqui esteve em 1947, no GP da Gávea no Rio. Abandonou a prova e ainda assistiu outro notável “ás” do volante, Luigi “Gigi” Villoresi, de Maserati 4CL, perder a corrida para Chico Landi e seu Alfa 308. E o que dizer do badaladíssimo GP de São Paulo de março de 1949, realizado uma semana antes do GP da Gávea? Nessa ocasião, não esteve no Brasil apenas Gigi Villoresi, como também Giuseppe Farina e o fantástico Alberto Ascari. Cabe ressaltar que dentro de um ano, Nino Farina seria o campeão mundial de automobilismo, pilotando a histórica Alfetta 158 sem contar a trajetória de Ciccio Ascari, vice-campeão para Fangio em 1951 e bicampeão da F1 entre 52-53. Em São Paulo, os dois campeões enfrentariam Chico Landi e sua Maserati 1500, orgulho da torcida. Ascari dispunha de um Maserati 1500 também, assim como Villoresi. Farina teria uma Ferrari 2000. Landi contava com o Alfa 3000 que comprara de Achille Varzi, mas que vendera ao carioca Henrique Casini. Por ocasião do IV GP de São Paulo, os pilotos fizeram um acordo. Casini emprestaria ao Landi o carro que já lhe pertencera. Os carros dos pilotos brasileiros estavam em atividade há mais de dois anos e não podiam competir em condições de igualdade com os carros que os italianos estavam trazendo, todos novos. Enquanto esperava, Landi treinou com o Maserati 1500. Junto ao pole Farina (3’53”20) e Ascari (3’57”40), Landi (4’06”00) dividiu a primeira fila com Jaime Neves em sua Alfa 3000. 


Luigi "Gigi" Villoresi pilota uma Maserati 4CLT  em Silverstone - 1948.
 Alberto "Ciccio" Ascari pilota uma Alfa Romeo Alfetta 1948. Carro que daria em 1950 no primeiro mundial de Formula Um o titulo à Nino Faraina.

 No centro Chico Landi na largada do GP de Bari 1951 com uma Maserati 8CLT . "Seu" Chico havia vencido a prova no ano de 1948 pilotando uma Ferrari 166SC.  
Ciccio na Maserati 4 CLT
Giusepe "Nino" Farina vence o primeiro mundial de F.Um 1950.
Nino com a Alfetta vence a primeira corrida da moderna F.Um em Silverstone 1950.

No dia da prova porém, Chico Landi foi surpreendido pela recusa de Henrique Casini em cumprir o acordo que haviam feito. Casini resolveu poupar o Alfa para a prova da Gávea e não só não enviou o carro como nem apareceu com qualquer justificativa. Mas o espetáculo teria de prosseguir. Na largada, Farina tomou a ponta, acompanhado de Landi, Villoresi e Ascari. Ainda na primeira volta no Retão, Landi passou Farina, mas seu maior conhecimento da pista não lhe serviria muito. Na 2ª volta, Gigi Villoresi era o ponteiro e a ele juntar-se-ia Nino Farina. A briga italiana deixou Landi para trás porém na quinta volta, Farina assume a ponta e distancia-se de Gigi Nazionale. Mais atrás, problemas para o piloto brasileiro. Uma biela fez Chico Landi abandonar na 8ª volta. Chico todavia consegue retornar com a Maserati 3000 de Francisco Credentino. Com problemas mecânicos, quem faz uma corrida apagada é Ciccio Ascari, cada vez mais atrasado. Problemas tirarão da prova o favoritíssimo Farina, que perdeu uma roda na Curva do Lago e tudo beneficiou Luigi Villoresi. Gigi vence com Chico Marques em segundo. Ascari é apenas o quarto uma volta atrás e Landi, com o carro emprestado em quinto. Tudo no dia em que dois campeões do mundo, andaram por esta terra. Bem como o pai de Alberto, Antonio Ascari, que contam, também aqui esteve não como piloto e sim como trabalhador.

Caranguejo

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Gigi e Ciccio
Gigi um grande piloto que sobreviveu à loucura que eram os carros de corridas de sua época!


"Caranguejo, você sabia que Ciccio correu no Brasil?", assim começou este post, horas incontáveis de conversas ao telefone e muitas pesquisas depois e sem encontrar sequer uma foto da corrida em Interlagos meu amigo escreve este interessante texto de uma época que parece apagada da memoria de nós que gostamos de automobilismo!  

Aos grandes pilotos aqui citados e à todos outros que nunca se apagarão de nossas lembranças!

Rui Amaral Jr

Uma de nossas fontes de pesquisa o jornal "O Estado de São Paulo"  
acervo digital




sexta-feira, 28 de março de 2014

Ciccio na Maserati

 Ciccio e Gigi de Maserati A6GCS no GP de Torino 1947, na vitória de Raymond Sommer com a Ferrari 159C Gigi foi sexto e Ciccio 7º.

Outro dia conversando com o Caranguejo dizia querer encontrar algumas fotos do grande Alberto "Ciccio"Ascari na Maserati, pois não é que elas estavam comigo já há  algum tempo! 
E logo na primeira foto que mostro à vocês ele está à frente de seu mentor e amigo Luigi "Gigi" Villoresi, que substituiu seu pai Alberto Ascari morto no acidente no GP de Montlhéry 1924 quando Ciccio era apenas um guri.   


1949 no GP da Inglaterra em Silverstone com a Maserati 4CLT48 segundo lugar na vitória de Gigi Villoresi seu companheiro de equipe.
 GP da Suíça 1948 Ciccio na Maserati 4CLT48 e Charles Pozzi Talbot-Lago T26SS.
 Gigi e Ciccio
O grande Gigi Villoresi

Caranguejo e Rui


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Spa 1950

Fangio à frente de Fagioli

1950 o GP da Belgica em Spa era o quarto GP da primeira temporada da Formula Um, fora Indianápolis, a Alfa Romeo com o modelo 158/50 vinha dominando amplamente o campeonato, com seus três pilotos Nino Farina, Luigi Fagioli e Juan Manuel Fangio.


Silverstone com Nino seguido por Fagioli

Sobre a primeira corrida do campeonato já escrevi aqui, foi a vitória de Nino Farina em Silverstone, depois veio Mônaco, onde Fangio deu um show, sabendo aproveitar a maré de acidentes, em Bremgarten no GP da Suíça nova vitória do italiano. E agora chegavam em Spa.
Nino e Fangio fizeram o mesmo tempo na classificação, 4m37s cravados, mas Il Dottore largava na pole, por ter feito antes, a seguir a outra Alfa com Fagioli com 4.41 e depois já bem longe Gigi Viloresi com a Ferrari 125 exatos 10s mais lento que a pole.
Na largada Nino toma a ponta, mas já na segunda volta é ultrapassado por Fangio, e durante muitas voltas andam nestas posições, até que Nino com problemas em seu carro é ultrapassado por Fagioli na outra Alfa e Louis Rosier com o Talbot-Darracq T26C-DA.
Nino termina em quarto e Ciccio Ascari com a Ferrari 125/275 em quinto e Gigi Villoresi com Ferrari 126 em sexto.
Nesta altura do campeonato, Farina e Fangio tinham duas vitórias cada, tendo o italiano 22 pontos, contra 17 do argentino, e faltavam duas corridas para o final do campeonato, Reims e Monza... 

Rui Amaral Jr

    


"Na verdade, o GP de Spa de 50 foi o início de uma reação do Chueco, que depois de vencer em Mônaco, tivera mau resultado em Bremgarten. Era preciso uma boa colocação na pista belga pois Farina estava muito confortável.
A prova foi esvaziada pela falta de carros. Apenas catorze apareceram: as Alfas dominantes, as Ferraris e alguns Talbots-Lago que eram a metade do grid, além de um Alta filho único, de Geoffrey Crossley. Destaque-se a presença de Pierre Levegh, mais tarde tristemente conhecido por Le Mans-55.
Fangio largou na frente e brigou muito com o Dottore. Prova longa, tiveram que parar para o pit e Sommer com um Talbot assumiu a ponta. Mas quando parou, Ciccio assumiu a ponta com sua Ferrari 125/275. Ele estava com um dos novos V12 atmosféricos com que a equipe se dispunha a enfrentar a Alfa (que usava motores comprimidos).
Carro novo, problemas novos. Ascari explodiu o engenho e Fangio voltou na frente e lá ficou. O Dottore teve problemas de transmissão nas voltas finais e terminou em quarto. Uma colocação que se revelaria decisiva meses mais tarde."


Caranguejo