A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

1956...

 


Largada...Na frente o "pequeno" Fusca, e a #2 de Catharino Andreatta/Breno Fornari, os vencedores.

   Falando em Fusquinhas... A primeira das Mil Milhas Brasileiras em 1956, idealizadas por Wilson Fittipaldi, o Barão, e Eloy Gogliano, trazendo para o Brasil a cópia das Mille Miglia e toda sua grandeza. 

Barão e Eloy foram ao Sul buscar os grandes pilotos de Carreteras, Catharino, Breno, Julio, Orlando, Aristides, Ítalo, Gastão...E tantas outras feras que faziam do automobilismo gaúcho um dos mais fortes da América do Sul. 
Prêmios de largada e chegada, hospedagem e tudo mais. Talvez muitos não saibam, mas o regulamento que regia a categoria das  Carreteras permitia que os carros usassem qualquer mecânica desde que da mesma marca que o carro. Assim os Chevrolet usavam o motor que equipava o recém lançado Chevrolet Corvette, os Ford usavam o motor V8 com equipamento Edelbrock que os equiparava aos Corvette, e por assim vai...Acontece que três gênios de nossas pistas viram num VW equipado com o motor Porsche, do Porsche 356, uma boa oportunidade para vencerem as Mil Milhas Brasileiras. Assim o carro preparado na Argos por Jorge Letry e  pilotado pelos grandes Christian "Bino" Heins e Eugênio Martins usando um motor de 1.500cc com componentes Porsche se enquadrou na categoria. Iria correr contra carros cujos motores tinham mais de quatro vezes a potência do dele...Eugeninho e Bino tiveram o cabo do acelerador quebrado quando estavam bem à frente da dupla Catharino Andreatta/Breno Fornari com a Carretera Ford, os vencedores. 
Eugeninho e Bino chegaram no segundo lugar. As fotos são do grande jornalista Ari Moro e muito das carreteras pode ser encontrado no ‘blog’. Mais adiante conto dos VW-Carreteras do RGS como o do grande Aldo Costa. 

Bino e Eugenio..  




O amigo Ari Moro disponibilizou para o "Histórias Que Vivemos" muitas de suas reportagens. Ele que cobriu a primeira Mil Milhas Brasileiras  em 1956, aqui uma entrevista com Jorge Lettri.
" Na edição nº 4 de seu jornal, Ari Moro ao contar da participação de Germano Schlögl nas Mil Milhas Brasileiras de 1956, cita o VW em que correram Eugênio Martins e Christian Heins como um fusquinha original. Pesquizando depois, Ari com a ajuda de Paulo Trevisan, que consultou ninguem menos que Jorge Lettri o preparador do carro que lhes deu o seguinte depoimento.
2) Devido aos detalhes de momento, as condições externas foram mantidas quase que inalteradas ao original, o que publicitáriamente deram uma gigantesca penetração ao fato em si! Observe-se que nem o automático rebaixamento das suspensões foi introduzido no caso, isso mesmo em detrimento à perda de performance em curvas, detalhe tão necessário nesse tipo de disputa em autródromos como o de Interlagos!
3) A potência do motor 1500cc - Porsche 1.5 - bloco original VW de duas partes, de acordo com o regulamento conhecido - veículo e bloco do motor da mesma marca - fornecia uma potência de 74CV-Din, número esse idêntico a qualquer motor de série dos atuais 1000cc de produção nacional. Nunca, entretanto, esquecendo que disputávamos a prova contra as decantadas carreteiras do Rio Grande do Sul, equipadas com motores de 5000/6000cc!
4) Ao carro em pauta não foram introduzidas modificações básicas importantíssimas em competições, tais como: rodas - aro, pneu e medidas, sendo os aros utilizados em 15x4.5" e pneus 5.60x15" de construção diagonal ¬Spalla di Sicurezza. Enfim, pior que isso não seria possível!
5) Deve ser dada uma nota muito especial ao sistema de refrigeração do óleo lubricicanate do motor, que por sinal sempre constituira-se
na maior dificuldade dos motores refrigerados a ar em competições. Foi adotado no caso o sistema de carter seco, incorporando um radiador dianteiro. Para tal, foi elaborado um capô especial em fiberglass com bocal apropriado, de autoria do engenheiro João Amaral Gurgel, sendo essa a primeira peça produzida por ele na área automotriz!
6) Durante boa parte da prova o VW-18 ocupou a primeira posição, infelizmente perdeu-se a ponta pela simples quebra de um cabo de acelerador; porém ainda. chegou-se em segundo lugar na final!"
CHICOLANDI
Mais adiante, em sua resposta, Lettry comenta: "Fato curioso: alguns dias antes da prova, um bom amigo e eu achavamo-nos no apartamento da família Fittipaldi, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, para um daqueles "papos intermináveis" com o velho Barão, ainda com cabelos negros, quando repentinamente aparece por lá para o mesmo fim, o mais destacável piloto nacional até aqueles idos dias. Chico Landi! Naqueles tempos as palavras do famosíssimo "Chico Miséria" em matéria de mecânica esportiva faziam realmente tremer as paredes. Referindo-se a nós e ao pequeno veículo em baila, com aquela voz surda e bem característica sua, ele declara assintosamente: "no meio da corrida já vou começar a cortar a barba, pois já estará comprida prá burro!"
Pois bem: no meio da prova, quando já ocupávamos a liderança, o famoso personagem aparece em nosso box para dar uma daquelas típicas "abelhadas,,'na casa dos outros. Diante dessa extrema curiosidade, perguntamos então a ele: "como é seu Chico, já começou a cortar a barba?" Meio aos murmúrios e palavrões, •Iá se foi ele que era o grande piloto brasileiro de todos os tempos anteriores, como uma fera ferida em seu pleno orgulho! Simplesmente mais um fato cômico de nosso conturbado automobilismo. Só isso!". Ari Moro"


 No link acima muitos posts feitos a partir do farto material que o grande Ari Moro disponibilizou para a Histórias após ver algo que escrevi sobre as Carreteras, estes fantásticos carros.
Ari, muitíssimo obrigado pelo privilégio.

 Rui Amaral Jr




sábado, 10 de setembro de 2016

Conta Borgmann...




A realização dos 500 km de Porto Alegre em 1964 era aguardada com expectativa principalmente porque a Simca do Brasil estava enviando a sua Simca Carretera #26 com o piloto paulista Jaime Silva. Já havia sido lançado o mais novo modelo da Simca, o Tufão, mas a carretera ainda utilizava o monobloco com desenho antigo. Entre as alterações do Simca Carretera, a principal era no aspecto aerodinâmico, com o teto rebaixado. Mas a mecânica ainda era o V8 tradicional de 2,4 litros flathead retrabalhado. Apesar disso, o favorito ainda era Catharino Andreatta com sua carretera Chevrolet Corvette, freios a disco nas 4 rodas da Retsam, câmbio e blocante Corvette, tripla Holley e vários outros detalhes especiais. E na corrida foi o que se viu, com Jaime na ponta, mas o velho (na ocasião com 53 anos) ficou na espreita e passou Jaime para vencer a prova.

Jaime e a carretera Simca
 Lauro Maurmann Junior, de JK, sendo perseguido por Aldo Costa de Simca.


Classificação da prova:
Força Livre
1) Catharino Andreatta - Chevrolet
2) Jaime Silva - Simca
3) Breno Fornari - Simca

Cat.acima de 1.600cc
1) Lauro Maurmann Jr - JK
2) Aldo Costa - Simca
3) Henrique Iwers - DKW

O circuito da Pedra Redonda, onde se realizou a corrida, era um circuito de rua, anti-horário. As fotos do arquivo de ZH foram obtidas na curva do Posto Sagol, em Ipanema.
Na primeira foto, Catharino segue Jaime, na ponta. Na segunda foto aparece Lauro Maurmann Junior, de JK, sendo perseguido por Aldo Costa. Na última foto, Catharino e seu Chevrolet Corvette.

É interessante também observar uma foto da Simca Carretera, no ano seguinte (1965) já alterada na sua dianteira visando maior penetração aerodinâmica. As rodas, talvez, poderiam ser as das Simca Abarth  que a Simca trouxe para o Brasil via importação temporária, e depois devolvidas ao exterior. Esta já é outra história.

Luiz Borgmann

 Asmuz, Catharino, Cuchiarelli e Tarumã.


Olá Rui, bom dia,


Esta foto do arquivo de José Asmuz registra a assinatura da promessa de compra e venda  da área de 50 hectares onde  se localiza o Autódromo Internacional de Tarumã. O ano é provavelmente 1955. Representando a associação de pilotos, aparecem da esq.para a direita os pilotos Gabriel Cuchiarelli, José Asmuz e Catharino Andreatta. A escritura de compra definitiva foi assinada em 1960. O autódromo foi efetivamente inaugurado em 08 de Novembro de 1970.

Luiz Borgmann

Fotos do José Asmuz

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Conta Borgmann...

CARRETERA x OPALA = onde irão se encontrar?
 José Cury Neto em Curitiba.
Opala D3 de Nelson Ely Filho.


Olá Rui, olá amigos,

O ano de 1968 marca, no sul, o fim do apogeu das carreteras no Sul.  Realizada a última corrida em pista de rua improvisada, os 500 km de Porto Alegre, no Circuito da Pedra Redonda, teve a vitória incontestável do BMW de Francisco Landi e Jan Balder. Em seguida será inaugurado o Autódromo de Tarumã, e a única carretera que ainda se mostrará competitiva será a do paulista Camilo Christófaro.

"Seu" Chico e Jan com o troféu da vitória dos 500 KM...à esquerda Vitório Andretta segundo colocado e direita Henrique Iwers terceiro.

A carretera do Catharino Andreatta, no Sul, tinha muitos admiradores.
A história da carretera vem de SP, nas mãos de José Gimenez Lopes, que importou motor e câmbio de Chevrolet Corvette para seu Chevrolet visando  a participação nas Mil Milhas Brasileiras em 1957. Mais tarde, quando passou às mãos de Camillo Christófaro, teve a carroceria rebaixada, freios a disco nas 4 rodas, e outros aperfeiçoamentos. Foi vendida depois ao paranaense José Cury Neto, que depois a vende ao gaúcho Catharino Andreatta.
Encerrada a fase das carreteras, o piloto Ruy Souza Filho adquire o carro e participa de vários km de arrancada.

 José Gimenez Lopez e o motor Corvette V8.
Gimenez Lopez nas Mil Milhas Brasileiras de 1958.
Nelson Ely Filho X Ruy Souza Filho em Lajeado 1978
Ruy Souza Filho arrancada em 2 de Agosto de 1969.
Ruy Souza Filho.
Pedro Victor e o Opala D3.

Eis que o piloto gaúcho Nelson Ely Filho adquire o Opala 4 portas que pertencia ao piloto de SP, Pedro Victor de Lamare, este passando aos GM de 2 portas.
Vale lembrar que os dois veículos mencionados são de épocas diferentes e nunca haviam competido juntos, mas...
Em 1978 o Opala e a carretera se encontram para medir forças em um KM de Arrancada, na cidade de Lajeado (RS). Dizem...dizem...que foi uma das poucas derrotas que a carretera sofreu. Será que foi nesta prova?
Hoje, restaurada, a carretera se encontra no Museu do Automobilismo Brasilweiro (Paulo Trevisan) em Passo Fundo(RS). Tive oportunidade de ver a carretera restaurada, maravilhosa...
A respeito de um comentário no seu blog, questionando o paradeiro da carretera "Brigite" que pertencia ao Catharino Andreatta: penso que a carretera #2 que mede forças com a #75 na foto abaixo, seria a famosa Brigite. Será? 

Um abraço


Luiz Borgmann

domingo, 15 de julho de 2012

A CORRIDA WASHINGTON LUIZ


Uma das grandes provas automobilísticas nacionais do século 20 se deu em 1949. Foi a corrida Washington Luiz, realizada em São Paulo, em dezembro daquele ano, ao longo de dois dias de muita chuva e muitos percalços. E um gaúcho terminou vencedor.
Largada simbólica da prova Washington Luiz, com bandeirada do então governador paulista Ademar de Barros.
Fotos: arquivo pessoal
Promovida pelo Automóvel Clube do Brasil e patrocinada pelo governo paulista, a disputa apresentou problemas de organização. Várias das curvas do trajeto - que passou por municípios como São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Sorocaba, além da própria São Paulo capital - não estavam sinalizadas. Alguns trechos da pista não tinham proteção - inclusive uma ponte, na qual o piloto gaúcho Aristides Bertuol acabou caindo. Outro competidor do Rio Grande do Sul, Argemiro Pretto, foi abalroado por um trem, em um trecho próximo à via férrea.
Largada oficial da corrida, no quilômetro 12 da Rodovia Anhanguera
Mas um representante gaúcho, Catarino Andreatta, saiu vitorioso da prova, com seu Ford V8 número 10. Além dos troféus, ele ficou com o título de Campeão Brasileiro de Estradas. Oscar Bay, Ernesto Ranzolin, Adalberto Moraes e Americo Cecconi também representaram o Sul na competição em São Paulo

(colaboraram Graziela e Nelson M. Rocha)
Publicado no jornal ZERO HORA, coluna: ALMANAQUE GAÚCHO de Ricardo Chaves
Postado por Luís Bissigo, às 6:20
Categorias: automobilismo
09 de julho de 2012
http://wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/2012/07/09/a-corrida-washington-luiz/?topo=13,1,1,,,13





sábado, 25 de junho de 2011

O raid dos grandes pilotos



Publicado primeiramente no Jornal Zero Hora - Porto Alegre-RS

24 de junho de 2011





quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mais uma história do antigomobilismo paranaense




Há poucos dias, na vizinha São José dos Pinhais, ao reencontrarmos o ex-piloto de carreteira Adir Alcídio Moss ou, simplesmente Adir Moss, filho desta terra, o tempo não só parou, mas, deu marcha-a-ré, levando-nos de volta aos idos de 1950, ao cheiro de gasolina misturado à poeira, ao ronco dos motores Ford V8 envenenados para competição, aos gritos do público postado a poucos metros dos carros em alta velocidade.

E as páginas amareladas da história das carreteiras foram se abrindo como que por encanto...

Imaginem os leitores o que significava, na década de 50, um jovem de apenas 22 anos de idade, recém chegado da Itália, onde esteve na II Guerra como piloto da Força Aérea Brasileira, se dispor a ir aos Estados Unidos sózinho, sem falar a língua inglesa, a fim de comprar equipamentos Edelbrok para envenenar os motores Ford V8.

Foi isso que Adir fez, após frequentar a oficina mecânica do já piloto de carreteira Sãojoséense Germano Schlögl, que convidou-o a atuar como co-piloto numa prova da Festa da Uva, em Caxias do Sul/RS, a bordo de carreteira com motor Ford 8BA V8, conquistando o segundo lugar, atrás do gaúcho Catarino Andreatta.

Foi então que Germano queixou-se da falta de melhor equipamento para seu carro, a fim de competir em igualdade com os pilotos mais famosos do país e participar das Mil Milhas Brasileiras.

Mas como? Quem poderia ir aos Estados Unidos? Adir Moss tomou a iniciativa, muniu-se dos recursos, pegou um Constellation da Real e desembarcou em Los Angeles /EUA.

Jovem, angariou a simpatia das aeromoças da Real, que falavam inglês e com elas foi a uma loja especializada, na qual comprou cabeçotes de alumínio, molas especiais para válvulas, distribuidor especial, coletor de admissão para três carburadores e o mais necessário.

Na saída da loja, o vendedor lembrou que faltavam ainda as varetas para acionar o carburadores em conjunto. De posse do material, Germano, que era bom preparador, deixou o 8BA tinindo e convidou Adir para disputarem as Mil Milhas, em Interlagos/SP.

Obviamente, Adir topou, pois, significava a glória para qualquer piloto. "Numa largada tipo Le Mans (carro de um lado da pista e piloto do outro) - recorda Adir - arrancamos em oitavo lugar a meia-noite e lá pelas 8,00 horas, já com sol, Germano entregou-me o volante do carro que estava perfeito. Mas, a pista estava lisa e numa curva a carreteira derrapou indo com o radiador contra um barranco. Foi o fim da corrida para nós." E mais essa página da história de pilotos e carreteiras paranaenses foi virada, deixando lembranças...




Por Ari Moro



Publicado primeiramente no Jonal Paraná Online



09/06/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 08/06/2011 às 22:20:06


sábado, 8 de janeiro de 2011

Uma Mulher na Largada - Parte final



A prova "Washington Luis" foi dividida em quatro etapas nos seus mais de 2.000 quilometros de estradas. Dada a largada oficial, no quilometro 12 da Via Anhanguera, as atenções voltaram-se a dois pilotos favoritos: o paulista Chico Landi e o gaúcho Catharino Andreatta.

Pela ordem de largada, Landi, que venceu a primeira etapa, saiu na frente, mas, Catharino não o perdeu de vista até próximo à localidade de São Manoel, quando o motor da carretera Ford número 10 do gaúcho teve problema na distribuição elétrica, obrigando-o a parar.

No entanto, o pior ainda estava pela frente. Devido à falha na sinalização do trajeto da corrida, tanto Catharino quanto os demais pilotos concorrentes tomaram uma estrada errada.

Quando o erro foi percebido, todos trataram de voltar imediatamente a fim de pegar o caminho certo. Só que, nessa manobra, uns carros estavam indo e outros voltando a 150km/h, na mesma estrada de chão!

O inevitável ocorreu: Catharino trombou sua carreteira com a de Julio Vieira. Por sorte, os danos gerais não impediram que todos continuassem na disputa. O gaúcho acelerou mais ainda e já na cidade de Sorocaba estava em primeiro lugar.

Dali para frente só deu Catharino até receber bandeirada final no mesmo ponto de partida da prova na Via Anhanguera, sagrando-se vencedor da disputa. Tanto ele, quanto os demais pilotos, não pouparam críticas ao Automóvel Clube do Brasil, pelas gritantes falhas na organização da corrida.

Tanto é que o major Vila Forte, da Força Aérea Brasileira, que acompanhou de avião todo o desenrolar da contenda, disse que não acreditava que uma prova dessas pudesse ser realizada com tantos obstáculos aos pilotos.

Do alto, ele viu trombadas, capotamento de carros, "mata-burros", pontes sem guardas e trechos urbanos sem policiamento. Ou seja, era um "Deus nos acuda"! Felizmente, entre vivos e mortos, todos se salvaram e Catharino Andreatta mais uma vez mostrou a competência dos gaúchos no automobilismo de competição brasileiro.

Ah, e a Kitty Fabri? Ela atrasou-se bastante com seu Ford 1942 e não acompanhou o ritmo da corrida, pois, já na cidade de Campinas teve pane na parte elétrica do seu carro.

Mas, a sua presença, a única mulher, numa corrida de carros dessa envergadura nos idos de 1949, foi um fato extraordinário, exemplo para outras que a seguiram. Numa foto de hoje, a largada oficial da prova na Via Anhanguera. Na outra, Catharino, seu mecânico (D) e sua carreteira "Galgos Brancos".


Por Ari Moro

Publicado primeiramente no Jornal do automóvel/Tribuna e Paraná Online
06/01/2011 às 00:00:00 - Atualizado em 05/01/2011 às 22:54:31

Nossos agradecimentos ao amigo e grande jornalista Ari Moro a cedência deste.

terça-feira, 29 de junho de 2010

OS GAÚCHOS



O automobilismo Gaúcho sempre foi forte e muito antes da inauguração de Tarumã já se fazia presente com grandes nomes em todas corridas de vulto pelo Brasil. Prova disso são as vitórias deles nas Mil Milhas Brasileiras em Interlagos nos anos 50 com grandes pilotos como Catharino Andreatta, Orlando Menegaz, Breno Fornari, Aristides Bertuol, Italo Bertão.
O que sempre me admirou nesses pilotos era que traziam os nomes de suas cidades pintados no carro, como uma bandeira, Passo Fundo, Bagé, Encantado, Lageado, Erechim e por aí vai. Sei que na época havia uma certa rivalidade entre eles, e este é um assunto para pesquisar e escrever sobre um dia.



José Otero #26 na largada em Encantado.

Pois é, meu amigo Caranguejo -Henrique Mércio - é de Bagé e quando viu a foto do piloto  José Otero na largada do 1º Circuito do Alto Taquari RGS na cidade de Encantado largando com sua carretera #26 atrás de outra carretera #4 logo me enviou um e-mail contando que o piloto era Bajeense e algumas lembranças de sua carreira.

Infelizmente temos pouco material sobre o José Otero, sabemos que participou da 1ª Mil Milhas Brasileiras, portanto se alguém souber mais e quiser nos dar os detalhes mostraremos com toda certeza a carreira dele.



José Otero largando na prova Porto Alegre-Bagé.
Circuito da Zona Sul, interessante prova que largava em Guaiba, região metropolitana de Porto alegre e seguia para Bagé, passando por cidades como Caçapava do Sul e Lavras. Depois, retornava à Guaiba, mas pela estrada de Pelotas, passando por Camaquã.
Na foto de Francisco Landi, que participou dessa prova em 1950 e foi o segundo colocado na primeira etapa com seu Nash.


A meu amigo Bajeense Caranguejo e todos pilotos Gauchos que levaram o nome de suas cidades e estado com muita garra a todos os lugares onde havia uma competição automobilistica. 




segunda-feira, 23 de novembro de 2009

SERPENTES , LOBOS , BRIGITES E BOTAS , MUITOS BOTAS

Orlando Menegaz e Aldo Costa .
Orlando , Breno Fornari , ? , Alcídio Schröeder e Aido Finardi .

Galgos Brancos , Julio Andreatta nos 500 KM de Porto Alegre de 1962 .

José Asmuz e sua carretera Ford 500 KM de Porto Alegre 1962 .

Camilo Christófaro , Catharino Andreata , ? e Orlando Menegaz na festa de entrega dos troféus dos 500 KM de Porto Alegre 1962 . Como escrevi anteriormente , nesta foto cinco vitórias nas Mil Milhas Brasileiras .

Catharino nº2 e José Asmuz nº 32 disputam a ponta dos 500 KM de Porto Alegre 1962 logo Orlando viria se juntar a eles tornando a briga pela ponta sensacional .

Agora era Asmuz que liderava seguido de Catharino , briga bonita os dois andando no limite .

Ainda nos 500 Km de Porto Alegre 1962 o incrível Aldo Costa e seu VW-Porsche nº 36 chegaram em 4º lugar correndo em parceria com Haroldo Dreux . Nesta pista de alta velocidade média a briga com as carreteras foi difícil .
Mas com este carro obteve inúmeras vitórias . Estreou com ele vencendo o IX Circuito Parque Farroupilha no ano de 1956 , foi 7º lugar nas I Mil Milhas Brasileiras correndo com Haroldo Dreux , venceu o circuito de Hamburgo e muitas outras corridas .
Notem o carro era muito veloz para época , mas parece pela foto que não tinha Sto Antonio muito menos cinto de segurança . Assim eram nossos heróis .
A carretera de Orlando Menegaz chamada de Caninana , Camilo o Lobo do Canindé , Brigite a carretera do Catharino . Enquanto vamos pesquisando e tentando descobrir tudo sobre III 500 KM de Porto Alegre de 1962 , Graziela e eu vamos encontrando algumas preciosidades . Essas fotos do encontro dos pilotos 30 anos depois dessas corridas são acervo de Nelson Rocha pai da Graziela que com sua incrível memoria vem nos contando tudo que sabe , e é muito . Botas , eram todos Grandes Botas , pilotar esses carros não era fácil e eles o faziam com maestria . Já separei umas 40 fotos e a Graziela começou a escrever , enquanto isso vamos dividindo com vocês nosso grande prazer , que tem sido conviver com nossos heróis como se fosse hoje .