A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 10 de junho de 2017

JIMMY E O CARRO DO SEU ROLLA

Jimmy com o Vollsted -Ford

 Jim Clark, o inesquecível campeão, pilotou muitos carros em sua carreira, como o DKW Sonderklasse ou o obscuro Lycoming Special neozelandês. Nessa relação também há o Vollstedt-Ford 67B, o carro com que Jimmy andou na Rex Mays 300, no Riverside International Raceway, em novembro de 1967, cinco meses antes de seu acidente fatal em Hockenheim. 
O camarada Luiz Carlos Dias, que é arqueólogo do automobilismo foi quem citou esse pouco conhecido monoposto pilotado por Clark. O terceiro Gigante só o conduziu uma vez mas ficou uma forte impressão. Nome conhecido também nos Estados Unidos por sua conquista na Indy 500 de 1965, Jim Clark desenvolvia sua carreira nos dois lados do Oceano. Após uma temporada em que fixara residência na França, tinha uma nova namorada – Kate Eccles – e estreara um carro promissor, o Lotus 49 com o motor Cosworth DFV V-8.

Jimmy e o Vollsted em Riversid-1967

Havia boas perspectivas para a temporada de 1968 da Fórmula 1, que começaria no dia 1º do ano. Até lá, poderia aproveitar para aumentar seu pé-de- meia participando em outras competições, no intervalo entre as temporadas. Lembrem-se que estamos falando de um escocês e naqueles tempos, um piloto costumava acertar individualmente com os promotores de uma corrida, o valor de sua participação. Quanto mais famoso, maior o prêmio de largada e ninguém era mais famoso que Jim Clark. Assim, em novembro de 1967, inscreveu-se na prova de Riverside, para conduzir o carro que Rolla Vollstedt projetara e construíra em Portland/Oregon. Cale Yarborough já o pilotara em Indianápolis, mas não completou a prova. Jimmy, pela primeira vez em muito tempo longe das Lotus, a princípio desconfiou da performance do Vollstedt, especialmente devido a uma superfície plana de alumínio, com borda de arrasto ajustável, instalada em cima do motor. 
Nos treinos porém, o bicampeão mudou de ideia. Ao fazer o segundo mehor tempo, logo atrás de Dan Gurney, ficou tão entusiasmado que pensou que esse recurso poderia ser experimentado na Lotus/F1.

Jimmy com o Vollsted encara Gurney na Rex May-1967

A prova, de 116 voltas, mostrou um desempenho inicial muito bom de Jimmy, que ultrapassou o Eagle-Ford de seu amigo Gurney. Por Vinte e cinco voltas, Clark sustentou o primeiro lugar, mas ele teve problemas com uma válvula e abandonou. Sem seu maior adversário, Daniel disparou para a vitória, fazendo dobradinha da Eagle com Bobby Unser e um certo Mario Andretti levando seu Brawner-Ford à terceira colocação. 

Jimmy perseguindo George Follmer em Riverside-1967

No final, outra demonstração de grandeza de Clark: sentindo-se responsável pela quebra, dizem que pediu desculpas pessoalmente a todos os membros da equipe, além de ter passado ao projetista Rolla Vollstedt, sugestões para melhorias no projeto, que sem dúvida, foram importantes e permitiram que a equipe do Oregon continuasse sua trajetória nas pistas até 1976. Com bons resultados, mas jamais voltou a ter um piloto daquele quilate. Pena...De volta à Europa, sabe-se que Jimmy levou adiante seu projeto de testar a inovadora asa traseira, mas parece que Chapman não gostou e impediu que continuasse, até dar o braço a torcer, na temporada de 1968. Mas já então, Clark se tornara uma lenda, correndo apenas na imaginação daqueles que o admiravam

Caranguejo

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Mais uma vez vou palpitar no texto do amigo e sócio...muitas vezes me emociono ao ler ou escrever alguns textos e este foi um deles, ao escrever "Terceiro Gigante" ele obviamente se refere ao Trio Nuvolari/Fangio/ Clark nossos três heróis que levaram a arte de pilotar ao limite extremo!

Rui Amaral Jr     

Um comentário:

  1. Certo está o Rui. Os três Gigantes são Tazio Giorgio Nuvolari, Juan Manuel Fangio e Jim Clark. Dia desses alguém perguntou o que eu queria dizer por "Gigantes".
    Gigantes eram, na nossa opinião, pilotos que se destacavam não só pelos resultados e vitórias mas pelos seus feitos incríveis, beirando a sobrenaturalidade, pela marca indelével que deixaram nas pistas e por serem inesquecíveis. Isso os faz Gigantes. Falei.

    Caranguejo

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Rui Amaral Jr