A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

É...

Interlagos,  Orlando, Duran, Conde - Luiz Henrique Pankowski - Fernando Fagundes e lá atrás meu filho Francisco e eu.


É muito difícil para alguém que é apaixonado pelo automobilismo esquecer a primeira vez em que entra em uma pista. 
Jamais vou esquecer a primeira vez, foi em Interlagos e tinha 8 anos. O ambiente dos boxes, aquele cheiro inesquecível, mistura de óleo, gasolina, pneus e tantos outros, que até hoje está impregnado em meus pensamentos e até hoje me acompanha cada vez que entro em um Box.
Na época os boxes no Café eram precários, a pista de nosso Templo cercada de mato e com o asfalto cheio de rachaduras e buracos. Mas estava ao lado de pilotos que conhecia e alguns ícones de nosso automobilismo, Chico, Ciro, Celso...
Lembro de um acidente na curva Três, na época chamado de Bacião, saí dos boxes e desci só, atravessar a Junção com o mato alto deu medo, e depois ver o acidentado, me parece que era um mecânico que tinha ido dar umas voltas não lembro se com uma Ferrari ou Maserati, sendo levado numa maca até a ambulância.  

O 550, vejam não sou eu no carro, deve ser ou o meu  irmão ou seu companheiro Luciano Mioso tentando pegar mão do carro tendo ao seu lado José Gimenez Lopez o antigo proprietário    

Mais tarde, ou em outro dia, a volta na pista, ah! Sentado ao lado de meu irmão naquele Porsche 550 Spyder, carro que tinha história, pilotado que foi por Chico Landi, Christian Heins...lembro o vento batendo em meu rosto no Retão, sem saber direito para onde olhar observava tudo!
Depois voltei várias vezes à Interlagos, sempre que alguém pudesse me levar, lembro dos 500 KM de 1963 e o acidente do Celso, estava do outro lado dos boxes, e ainda sinto a sensação e o frenesi de toda vez que acontece um acidente numa pista. O gosto amargo na boca, a sensação indescritível, que infelizmente sentimos a cada tragédia que presenciamos, digo nós pois tenho certeza que cada um de vocês já sentiu o mesmo.
Masssss a paixão fala mais alto, e lá estava eu, lá pelos meus 14 anos, para ver o Camilo/Celidonio vencerem as MM de 66. Nas muitas corridas que assisti vi Carlos Pace tocar de forma magistral aquele VW azul da Dacon, os Abarth-Simca de Ciro, Jaime, este amigo de infância de meu irmão, Toco, grande figura, Luis Pereira Bueno, Zambello, Gancia...

O começo.
  
1971, aos 18 anos era chegada a hora de estrear, a pista o meu querido Interlagos, e lembro de muitas coisas, várias já contei aqui. O primeiro dia de treino, a primeira entrada na pista, aqui um parênteses; o Jr Lara conta que a largura de Interlagos o impressionou, eu, talvez por estar pilotando uma grande barca não tenha me impressionado tanto. As primeiras voltas, o ronco do V8, os pneus cantando, e aquele cheiro novamente, tentava me achar nas freadas, tomadas e tangencia e saída das curvas, conhecer pessoalmente aquela pista que tantos e tantos grandes ases vira nela pilotarem. A volta com meu chefe, Carlos Mauro Fagundes, ao lado, seu conselho para que eu parasse de telegrafar. Telegrafar, tirar e acelerar no meio da curva, fazendo a traseira se desgarrar. A primeira rodada, na entrada da Junção, quando fiquei atolado ao lado da pista que estava em reforma.
Um mês ou dois depois a alegria de pilotar o meu  primeiro D3, carro com que fiz 5 corridas até o final do ano.

1978/79
 No box do Ferraz. 
 MM empurrando o carro, Adolfo no comando, Ricardo empurra, eu de camisa vermelha e Zé Fercolin. 
 Zé Rossi e Zé Fercolin, eu lá atrás de vermelho converso com João Lindau. 
Claudinho - Carignato - ajuda Adolfo a sair e Ricardo espera para entrar.

É isso aí...gosto demais, sempre acompanhei de perto, assisti e participei de grandes corridas, hoje quando escrevo é como se na mureta de um Box qualquer, em um autódromo qualquer, estivesse conversando com cada um de vocês.
Sei que certas vezes o que escrevo é um pouco confuso, oras, não sou um escritor, apenas um apaixonado, e quando conversamos, naquela mureta à beira de alguma pista, sei que me entendem, afinal a paixão é a mesma!


Rui Amaral Jr             

7 comentários:

  1. Muito bom Rui, gostei mas tem muita gente velha comigo...ahahah abraços.

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  2. Fabiani C Gargioni #272 de fevereiro de 2013 às 09:26

    Grande Rui, pra mim tu já virou "poeta", pois sabe colocar os "nossos" sentimentos no texto, emocionante o teu relato, parabéns!!!

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  3. Beleza de texto, Rui.
    Gostaria de ter o teu talento para também escrever minhas memórias (não como piloto, mas como paitrocinador...).
    Abração.

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  4. Obrigado Fabiani e Guima, vcs são parte de tudo!

    Um abraço

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  5. Grande Rui, sempre surpreendendo.

    Muito bom o texto sobre suas reminiscências dos seus anos dourados.
    E como diz o ditado, "a primeira vez a gente jamais esquece".

    Abs,

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  6. Valeu Fernandão, gosto daquela foto em que estamos no Templo!

    Um abraço

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