A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

domingo, 22 de janeiro de 2012

1973 - 500 QUILÔMETROS DE INTERLAGOS.




Sempre acreditando na boa fé de todos, companheiros e concorrentes, escolhemos para participar de uma pequena "endurance", um veículo totalmente original cuja durabilidade e resistência eram super comprovadas e que sua suspensão robusta, manteria durante o transcorrer da prova o alinhamento original de fábrica. Portanto em detrimento da estabilidade para uma única freagem, na "Curva 3", a garantia da perfeita geometria e mínimo desgaste e arrasto de pneus no  restante do "Anel Externo". 
Claudio Cavallini

Quando chegou minha vez de "passear" pelo anel externo, um carro da classe "A" me chamou a atenção: Passou por mim próximo a entrada dos boxes a uns 8 a 10 quilômetros a mais! De acordo com uma renomada revista, em exaustivos testes, a velocidade final dos dois dava uma diferença de menos de 2 quilômetros. Para minha surpresa, freou levemente na "1", e não foi para sacanear não, cheguei bem próximo na "2". No "Retão" abriu uns 30/40 metros. Me aproximei bem na saída da "3", mas na subida da "Junção" me despachou de vez! Quando passei o carro para o Cavallini, fui ao box do "bração" e avisei que iria reclamar motor, câmbio e suspensão! Andar na reta daquele jeito, com geometria de D3? Cambagem negativa e divergente? Os mecânicos e o piloto riram e falaram: Reclama do nosso braço também! Manda abrir! Aqui é muito piloto...
Não tive dúvidas! Reclamei o "bólido". Estranhamente o diretor técnico me procurou nos boxes para dizer que eu não poderia reclamar pois estava em 11º e o carro em questão, em 1º. Falei: A prova ainda não acabou! Ele retrucou: Eles vão reclamar o seu também! Falei: Ótimo, fiquem à vontade!
Terminou a prova: Nós em 3º e eles em 1º. Levei de imediato meu carro para o barracão para ser desmontado. Mas, para minha surpresa, lá não estavam os campeões: Nem pilotos nem mecânicos! Cadê os Campeões, perguntei ao diretor! Acho que quebrou na pista ou acabou o combustível, respondeu! Como o Quim tinha pressa em retornar a Santos e meu carro já estava sendo desmontado, fui com o carro do Cavallini percorrer a pista inteira e não só o "Anel Externo", à procura dos campeões! Fiquei sabendo que após a bandeirada, no mesmo embalo da chegada, o carro saiu pelo portão do Kartódromo e desapareceu! Comentei com o diretor o ocorrido e ele considerou desclassificado o vencedor. Enquanto constatava a originalidade de meu TL, quanto a câmbio, motor e suspensão, após uns 45 minutos, encostou em frente ao barracão, um Galaxie 500 com os dois pilotos e três mecânicos que rindo abriram o porta-malas e disseram: Podem por a mão, o motor ainda tá quente... Bom, prá encerrar, após os pilotos alegarem que os mecânicos já tinham ido, por isso eles foram atrás e acharam mais "fácil" desmontar o carro na própria oficina, não obstante o carro não estar presente para medição do câmbio e geometria da suspensão, o 1º lugar foi mantido para a "leal" equipe campeã. Pouco adiantou comunicar o fato aos repórteres. Nem uma linha foi escrita relatando o fato. 
Após meu campeonato de 1972, esse foi meu cartão de visitas para o que viria pela frente na D1, D3 e Super Vê!
Um famoso preparador, após meu campeonato no Festival do Ronco, me fez um convite para pilotar carros de sua escuderia e me falou: "Nenhum piloto de outro estado ou mesmo do interior, vence na capital." Jamais me esqueci dessas palavras! Existia de verdade, "O ESQUEMA, SOBRE RODAS!" 

Em consideração ao amigo Rui Amaral Lemos Júnior, vou antecipar um pequeno relato que estará no meu livro:  "O ESQUEMA, SOBRE RODAS!"

Ricardo Málio Mansur 

Interlagos 1974 - Ricardo de Formula Super Vê, atrás o barracão onde eram feitas as vistorias técnicas.

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Ricardo, obrigado pelo privilégio e oportunidade de mostrar um pouco do que será seu livro.
Aqui você sempre tem espaço para escrever o que quiser, e no lançamento do livro iremos divulgar e mostrar a todos. 
Um abração,

Rui Amaral jr 
   

19 comentários:

  1. Ricardo Mallio Mansur23 de janeiro de 2012 às 10:19

    Por causa dessa foto, com razão, fui chamado à atenção pelo grande amigo Otto Kutner: "Hã, hã, ó Mansur, hã, logotipo VW e cigarro não combinam... Hã, hã!"
    Uma figuraça! Gostava demais dele!

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  2. Oi Rui,

    É por isso que eu sempre acreditei mais nas corridas "Força Livre", onde valia mais o braço e o talento do preparador (lógico com grana também).
    Só por curiosidade: Seria este tal carro, "aquele" cuja a vitória na categoria A nestes 500 KM, teria sida a mais importante da historia do modelo ...?

    Abs,

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    1. Não Hiperfanauto! Esse TL era do meu pai onde só fizemos os "500"! O TL recordista era um cara chata, 1970 nas "25 Horas de Interlagos" de 1974! Recorde de melhor volta: 4:12 - Recorde de voltas: 344 - Recorde de menor permanência nos boxes em 25 horas: 15min, 09 seg. e consequentemente a maior distancia percorrida, 2.738 km.! Abs!

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  3. falaê, meu "véio".
    o primeiro exemplar a sair da gráfica vai ser meu.

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    1. Grande Tito! Saudades de você, cara! Véio sou eu mesmo, o Rui é Super-Véio! Abs!

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  4. Agora que entendi Tito, véio é o Ricardo!rsrsr

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  5. Essa é a única foto do TL do "véio", que de alteração só teve a traseira levemente rebaixada, zerada! Peguei sem ele saber que iria participar dos "500" mas, uma foto do Jornal A Tribuna entregou de bandeja com placa e tudo mais! No final a dupla vencedora foi mesmo desclassificada, o Chevette do Luis Evandro Águia foi o vencedor e nós subimos para o 2º lugar. Rui, véio sou eu mesmo... Kkkkkk! Na foto, eu e o Claudio Estevam Cavallini!
    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=323968657667059&set=t.100001617812571&type=3&src=https%3A%2F%2Ffbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net%2Fhphotos-ak-ash4%2F292963_323968657667059_395641448_n.jpg&size=451%2C291

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  6. É vc mesmo Ricardo, não me culpe de nada foi o Tito!!!! Um abração

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  7. QUERO COMPRAR O LIVRO COMO FAZ.......

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  8. Ricardo Mallio Mansur19 de junho de 2013 às 20:08

    Tem razão Rui, ainda não saiu e você será dos primeiros a te-lo em mãos! Quanto ao Ricardo Cavallini, há restrições! O cara é muito porrêta... Lógico que também terá sua foto no livro, seu Chevette foi patrocinado por um grande amigo e piloto, Pedro Paulo Costa, o "Pepa"! Quanto ao nome, posso já adiantar... "ESQUEMA SOBRE RODAS! O LADO SUJO DAS PISTAS"...

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  9. Bom dia, bom saber que o Ricardo Mallio Mansur esta bem e reapareceu. Nos anos 70 eu acompanhava de perto o automobilismo pois é o unico esporte que amo desde sempre. Vindo de uma familia envolvida com corridas eu acabei herdando esta febre. Mansur era nosso idolo dos anos 70, mesmo de longe pois eu não tinha condições financeiras para ter um carro de corrida eu ia em todas em Interlagos. Na epoca apostavamos que Mansur iria para Formula Um, por varias vezes vimos ele chegar na frente de Piquet, Chato, Guarana, Lameirão, enfim diversos dos melhores pilotos da epoca. Hoje sou um defensor que ele divida com todos as suas experiencias na elite do automobilismo que foi a DIV 3 e Super Vê. Grande abraço Rui e Mansur!!!

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    1. O Ricardo anda um pouco escondido Edson, mas é bom saber que hoje ao ver as estatísticas do blog muitas visitas neste post, melhor ainda seu comentário meu amigo. Um abração

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  10. Vcs tem fotos dos 500 km Interlagos 1973.

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  11. Atletacorredor, infelizmente um Curriculum com mais de 100 fotos foram extraviados. Dentre elas, várias dos 500 Quilômetros de 1973. Abs.

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  12. Ricardo Mallio Mansur9 de abril de 2020 às 12:30

    Grande, Rui! Abraços, cara.

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