A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 29 de julho de 2010

ATITUDE VERGONHOSA II

A Jim que nunca precisou de ordem da equipe para ultrapassar ninguem, aqui com Chapman. 
A Gilles que a Ferrari preteriu por Scheckter no titulo de 1979 e continuou a defender a marca com garra e determinação. Foto na CanAm.

Continuar ou não assistindo a Formula Um? Confesso que a idéia já passou por minha cuca, mas antes de tudo sou maluco por automobilismo gosto quando vejo um piloto na classificação andando no limite, ainda hoje me empolgo quando vou a uma pista e vejo e sinto alguém andando forte e rápido, com garra, vontade, não apenas querendo vestir macacão e capacete para aparecer e depois dar umas voltinhas pelo padock com ares de piloto. Compreendo até esses alicatões, tal o fascínio que uma pista de corrida e um carro preparado trazem a qualquer um que admire o esporte. Admiro grandes pilotos, pilotos que batalharam para estar nas pistas, principalmente porque sei quanto é difícil estar no esporte ainda mais se destacar. Com alguns deles tenho amizade, talvez com muitos e gosto muito de conversar sobre o assunto, papos intermináveis, algumas diferenças eternas mas sempre com uma troca saudável informações e conhecimento, e muita fofoca também.
Quem viu e andou na pista perto desses caras pode saber o exato tamanho de suas habilidades, Luiz - Luiz Pereira Bueno -, Guaraná - Alfredo Guaraná Menezes -, Chico - Francisco Lameirão - Paulão - Paulo Gomes - e tantos outros. De meus amigos mais chegados, o Chico não conta pois ele não usa o computador e não vai saber o que escrevi, admiro todo empenho que alguns deles sempre tiveram para estar nas pistas. O Teleco-Luiz Antonio Siqueira Veiga - foi para Inglaterra correr de Formula 3 logo no inicio da carreira e lá andou bem, o Julio Caio - Azevedo Marques - depois de andar bem de SuperVê por aqui tentou a Formula 3 também na Inglaterra e sem equipe retornou apesar de ter andado bem nas poucas corridas que fez. O Jr. - Luiz Carlos Lara Campos Junior - e o Ferraz - José Ferraz - sempre batalhando por um lugar ao Sol. Com os dois corri na Divisão 3 , o Jr deixou escapar varias vezes o titulo da categoria, vencendo e correndo com garra, dando espetáculos.



O Ferraz criando uma categoria, a Formula Super 1.600 para depois de algumas temporadas se tornar campeão dela, com bons desempenhos, vitórias e uma dificuldade constante para se manter correndo, depois tentou a Formula 3.000 mas essa é uma outra história que um dia ele nos conta. Admiro e respeito vários outros amigos que comigo correram e se dou apenas esses como exemplo é porque alem de minha admiração e carinho não vou ter que escutar as broncas e lamurias deles pelo telefone ou pessoalmente.

Julio Caio na F 3, liderado por Brian Henton ele vem no carro #85 do Tean Brasil. Uma história que gostaria de contar quando reencontrar o Julio.

Sei o quanto é difícil se manter nas corridas ainda mais depois de se chegar ao topo, a categoria máxima do automobilismo e por uma equipe de ponta. Dos compromissos extra pista, da difícil batalha de acertar um carro, de como são feitos os contratos entre equipes, pilotos e patrocinadores. Nós aqui no Brasil estávamos mal acostumados, pois desde que Emerson mostrou ao mundo todo seu talento tivemos em seqüência mais dois pilotos espetaculares, ambos com toda sua garra e determinação foram buscar mais seis títulos mundiais. Eram talentos naturais, pilotos de ponta, que em suas épocas batalharam com os maiores, as vezes dentro da própria equipe, e se destacaram. Quem não lembra de Emerson em 1973 campeão do mundo brigando por vitórias com Ronnie Peterson, depois de Senna com o campeão Francês, tipo parecido com Alonso e Schummi.
Senna se foi, como Clark, Rindt e tantos outros, no lugar que era dele de direito, na ponta, e a mídia televisiva, essa mídia que distorce e fala tanta bobagem, não tem nenhum compromisso com a verdade, só com interesses comercias, precisava urgentemente “encontrar” outro grande campeão.
Aí entra Rubens Barichello que vinha fazendo uma boa carreira, mas sem ser uma Brastemp, sem o mesmo carisma de Ayrton, muito menos a grande bota, cai na armadilha e tenta ocupar um lugar que não era o seu. Piloto competente ele sempre foi, talvez até rápido mas sem carisma para substituir os três grandes campeões. Acreditou nos papagaios de pirata e quase fica pelo meio do caminho, hoje na Willians acredito que se achou e faz talvez a melhor temporada de sua carreira.
No meio disso tudo a Ferrari. Ah! A Ferrari! Sua proprietária a FIAT tem no Brasil o seu segundo mercado e sem duvida alguma o mais lucrativo, talvez a China nos suceda um dia mas lá a competição é mais acirrada e o preço dos carros não é absurdo como aqui. Precisando um piloto Brasileiro seu caminho natural era o Barichello que foi para lá com ninguém menos que o Alemão, pupilo do Sr. Briattore, bi campeão do mundo com manobras “arriscadíssimas”, num esquema montado pela equipe com Jean Todd como chefão e Ross Brawn como principal projetista/estrategista. No ano anterior acredito que a equipe tenha jogado fora o campeonato de Irvine por não ter o mínimo interesse comercial nele. Chega Barichello e nossa imprensa bradava aos quatro ventos que vinha em condições de igualdade com Schumacher etc. etc. e tal. Eu e muita gente sabíamos a verdadeira posição dele na equipe e a sucessão de vexames dele lá mostrou a verdade. Muitos falam da Áustria e as outras? Brasil quando faltou combustível, Indianápolis no reabastecimento e inúmeras outras vezes.
Sai Barichello e vem o “irmãozinho” de Schummi, o Massa, piloto representado por Nicolas Todd e contratado por seu pai para a equipe. Começa novamente toda ladainha de nossa imprensa, os papagaios se alvoroçam no poleiro, logo teremos um campeão que nos fará esquecer todos esses anos e de novo etc. etc. e tal. O Alemão se aposenta e no lugar dele entra Haikonenn, herda todo esquema que era do Schummi e apesar de toda vodka se torna campeão do mundo. Massa ainda acompanha o Finlandês, anda nos mesmos tempos e quase vence o titulo em 2008. Mas aí chega o Espanhol, bi campeão do mundo, começa colocando tempo no Brasileiro e se impondo como na entrada dos boxes na China.
Até o lamentável episodio do GP da Alemanha quando não querendo se arriscar numa ultrapassagem, dá para quem quisesse ouvir uma ordem para que Massa abra o caminho a ele, já que tem todos privilégios da equipe. E o “irmãozinho” de Schummi obedece, faz cara feia mas obedece, ganha milhões para isso, obedecer e se curvar ao Espanhol, aceitar as mais absurdas ordens da equipe sem contestar.
Não vou comentar o que disseram Montezemolo e todos envolvidos, seria jogar perolas aos porcos, mas espero da FIA uma punição exemplar aos dirigentes, pilotos e equipe. Para o bem não apenas da Formula Um mas de todo e qualquer lugar onde tenha uma pista e se pratique o automobilismo.



Dedico esta postagem a todos meus amigos que escreveram sobre o tema até com mais propriedade que eu e com a mesma indignação: Cezar, Francis, Rafa, Mauricio, Zullino, Joel e Fernando. Aos amigos que comentaram o post anterior. 
E a meus amigos que dividiram comigo grids, quebras, frustrações e vitórias nessa carreira tão difícil quanto apaixonante.


PS: O Joca acaba de postar um texto do Ricardo Achcar imperdivel para quem conhece e gosta de automobilismo.  http://mestrejoca.blogspot.com/2010/07/com-palavra-ricardo-achcar.html .
Um abraço aos dois.

11 comentários:

  1. Valeu Alicatão, obrigado pela lembrança.
    Belo texto, é isso mesmo. E eu acho que não irei mais assistir a F1, pelo menos não com a mesma frequência.
    Abraço

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  2. Rui,
    Bela postagem, mas entendo que o automobilismo, futebol como todos esportes que envolve imagem de tv gerando muito $$$$ atras da moeda tem cartolas etc que mandam e rsrsrs.....

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  3. È isso ai Rui, mas pela minha experiência no automobilismo e a minha maneira de ver essas coisas, eu no lugar do Massa tinha acelerado tudo o que tinha de direito e mostraria para os pangarés quem estava mais rápido, mas não é isso que acontece e nunca vái acontecer com o Alonso ali......jamais o Massa vái ser mais rápido que ele, isso é ponto, agora eu jamis assinaria um contrato para aceitar tal coisa......porra sou piloto e almejo sempre ganhar corrida, não fazer parte de uma equipe para trabalhar para um outro piloto......afinal eu sou piloto e como piloto estou lá para ganhar corrida, sendo de outra forma, não interessa,vou parar por aqui para não abrir a caixa de ferramenta, ou a látrina, porque hoje a F1 está cada dia mais intragavel, não se pode passar por fora não pode isso não pode aquilo, mas pode fazer todas essas mmmmmmeeeeeerrrrrddddddaaaassss.....abraços.

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  4. Quem é o senhor pra falar de atitude vergonhosa?

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  5. Agradeço o carinho dos amigos Alicatões.
    Quuanto ao anônimo só posso dizer que nunca fui anônimo, em todas burradas e idiotices que fiz em minha vida e foram muitas, sempre dei a cara p/ bater e nunca covardemente me escondi atráz do anonimato. Atitude de quem è pequeno e covarde e anoninamente assume essa posi~ção.

    Rui

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  6. Boa noite meu caro amigo Rui,

    Ontem e hoje, coloquei dois comentários nos blogs dos amigos Popi e Tito, registrando a minha posição sobre a covardia e falta de caráter daqueles que se expressam sorrateiramente sob a mascara do ANONIMO. Infelizmente meu amigo, atualmente esta é uma das facetas mais canalha e desonrosa da nossa sociedade, que mais se apresenta em razão da deterioração cada vez maior dos valores morais, educacionais e éticos.
    Só nos resta deixar esta matilha latir e seguirmos em nossas caravanas.

    Abs,

    Fernando

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  7. É isso mesmo caro Fernando, só coloquei o comentário para mostrar a todos a faceta de quem se esconde no anonimato.

    Obrigado e um abração.

    Rui

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  8. Bem, mesmo sendo viúva do Jim Clark tenho que dizer que o Innes Ireland não tinha a mesma opinião que você a respeito do Clark.
    Muito ao contrário, o Ireland que foi o primeiro ganhador de um GP pelo Team Lotus (o primeiro ganhador com Lotus foi o Moss, mas não com uma Lotus de fábrica, era da equipe Rob Walker). Achou que recebeu muita ingratidão do Chapman depois da entrada do Clark. O Chapman só prestigiava o Clark e ficavam os dois em conversinhas separadas como duas comadres combinando que a Lotus do Clark iria ganhar a corrida, o Ireland que se virasse com o que sobrasse. Se não me engano teve episodio em que o Ireland recebeu ordem de deixar o Clark passar, mas não vou jurar que isso seja verdade. No final mandaram o Ireland embora sem mais nada além de um pé na bunda. Mas naquele tempo podia.

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  9. Não te aguento Zullino!!
    Realmente Scoth Innes era um irlandês rapidíssimo, venceu a 1ª corrida pela Lotus em Watkins Glen no ano de 1961.Se não me engano morreu numa pancada nesse mesmo ano.

    Um abraço

    Rui

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  10. Que nada, morreu de velho e falou mal do Chapman e do Clark para o resto da vida, inclusive em entrevistas filmadas que passam nesses canais a cabo.
    a biografia pode ser vista no www.f1total.net no link direto: http://www.f1total.net/faster/modules.php?name=Enciclopedia&op=content&tid=442

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  11. Quem morreu com uma Lotus de fábrica em 1961 foi o Alan Stacey em SPA. Foi atingido por um passarinho na cara, perdeu o controle e foi para o andar de cima, mas pode-se contar como mais uma do Chapman.

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Rui Amaral Jr